O aiatolá Ali Sistani, a autoridade máxima do Islã xiita iraquiano, condenou nesta sexta-feira a mobilização de tropas turcas no norte do Iraque sem autorização de Bagdá.
Continua depois da publicidade
Nenhum país deve “mandar seus soldados ao território de outro Estado, sob o pretexto de ajudá-lo a lutar contra o terrorismo, se não foi concluído um acordo (…) entre os governos de ambos os países”, declarou, em nome de Sistani, um de seus porta-vozes, durante a oração muçulmana de sexta-feira.
A Turquia mobilizou há uma semana centenas de soldados na zona de Bashiqa, no norte do Iraque, para treinar milicianos curdos na luta contra a organização jihadista Estado Islâmico (EI). O governo de Bagdá reagiu iradamente e convocou Ancara a retirar estas forças.
Bagdá ameaçou levar o caso ao Conselho de Segurança da ONU, já que estas tropas entraram, segundo o país, em território iraquiano sem sua autorização.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, havia descartado na noite de quinta-feira retirar as tropas de seu país mobilizadas no norte do Iraque, alegando que elas estão ali para tarefas de formação, e não em missão de combate.
Continua depois da publicidade
Na quarta-feira, Erdogan se reuniu em Ancara com o líder do Curdistão iraquiano, Masud Barzani, que há muito tempo mantém boas relações com a formação do presidente turco, o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP).
Erdogan anunciou que a Turquia, os Estados Unidos e as autoridades do Curdistão iraquiano celebrarão uma reunião trilateral em 21 de dezembro para falar de todos os assuntos pendentes. O local do encontro é desconhecido até o momento.
* AFP