Já no primeiro episódio, a série me fez chorar e a me colocar no lugar da mãe Alex (Margaret Qualley). Após sofrer diversas agressões psicológicas (que ela mesma nem identifica de princípio, e o que é bem comum), resolve sair de casa e, a partir disso, passa por diversos perrengues com a filha Maddy, de quase 3 anos.
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Rede de apoio
Diversos assuntos são tratados nessa série, como: relacionamento abusivo, alcoolismo, traumas familiares, quebra de ciclos e vários outros assuntos de extrema importância em todo o mundo, mas quero dar destaque para a importância da rede de apoio. A cada episódio, eu ficava inconformada e com a sensação que ela não podia contar com ninguém da família. Essa situação chega a ser desesperadora.
Isso me levou a refletir sobre o provérbio africano: “É preciso uma aldeia para se educar uma criança”. Ninguém se desenvolve somente a partir dos valores do núcleo familiar, todos que estão a sua volta interferem nesse desenvolvimento, seja direta ou indiretamente. Por isso, quanto antes a comunidade entender sobre a importância do impacto e da responsabilidade de cada um nisso, melhor será. Todos só têm a ganhar!
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Ah, mas como posso ser uma rede de apoio?
Seja uma rede de apoio para as mães que estão a sua volta. Qualquer pessoa pode ajudar e, acredite, você não estará se intrometendo indevidamente ou algo assim. Se você tiver uma dose de bom senso e respeito, saberá o que fazer. Para começar, evite visitar uma mãe no pós-parto. Nem sempre é isso que ela quer, a não ser que ela faça questão ou esteja precisando de alguma ajuda.
Caso resolva fazer a visita, não dê trabalho a ela. Uma boa sugestão é levar ou fazer uma comida gostosa para vocês. Escute mais e fale menos. Às vezes, a mãe só quer desabafar e/ou dormir um pouco, sem interrupções. Aliás, isso é algo raro após a chegada do bebê. Se a família não quiser visitas, ofereça apoio a distância.
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Você que é mãe, não tenha vergonha de aceitar ajuda. Se permita ser ajudada e dê espaço para quem oferece auxílio. Aproveite a oportunidade e faça novas amizades, principalmente com outras mães que vivem o mesmo momento e que tem as mesmas afinidades que você. Acredito que quem é mãe, entende bem o porquê da série ser um sucesso, pois, algumas vezes, a gente se vê no papel da Alex.
Não é difícil uma mãe se identificar e se ver em algumas cenas. Afinal, nos enxergamos nela na correria do dia a dia, na busca por algo melhor e na força que um filho nos dá para enfrentarmos tantos desafios. O aspirador que a Alex carrega para cima e para baixo – sua principal ferramenta de trabalho e sustento – também é um peso a ser carregado, assim como a maternidade.
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*Por Clausilene Lima
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