O presidente da República em exercício, Rodrigo Maia, afirmou nesta quarta-feira (30) que, apesar de não ser fácil, tentará manter os trabalhos da Câmara mesmo com a chegada de uma segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, que pode ser apresentada pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, até meados do mês que vem.
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Maia evitou comentar se o presidente tem atualmente um capital político menor para barrar a segunda denúncia.
— Não posso falar sobre isso — afirmou, em relação à possibilidade de um novo arquivamento. — Chegando a segunda denúncia, ela vai para o seu rito normal, que é a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), e a Câmara tenta continuar o seu trabalho no plenário para que uma coisa não atrapalhe a outra — disse Maia, após participar de evento com a Frente Nacional dos Prefeitos, em um hotel de Brasília.
Ao ser questionado se hoje a base de Temer na Câmara encolheu em relação aquela que conseguiu barrar a primeira denúncia por corrupção passiva por 263 votos, Maia disse não saber e afirmou que o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro, que deveria responder.
— O Aguinaldo parece que vem aqui — brincou com os jornalistas.
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O presidente em exercício disse ainda que, enquanto a denúncia estiver na comissão, “certamente o plenário vai continuar trabalhando e tentando pautar as matérias que são relevantes para o Brasil, que a gente tem tentado fazer”. Ele disse ainda que, mesmo com as dificuldades, a Câmara deve, por exemplo, retomar a reforma política.
— menos naquilo que tem consenso, não é fácil, mas nós vamos continuar trabalhando — afirmou. — Reforma política é assim, cada hora a gente acha que sai uma coisa. Tem que ter paciência — ponderou.
Agenda
Com a Câmara sob o comando de André Fufuca (PP-MA) em seu lugar, Maia disse ainda que ouviu do seu substituto a promessa de que a pauta desta quarta na Casa vai avançar.
— Temos que terminar de votar hoje, e o presidente da Câmara, André Fufuca, prometeu que vota hoje os últimos três destaques da TLP que são muito importantes — disse.
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De acordo com Maia, a nova TLP, taxa que vai servir como base para os empréstimos do BNDES, será uma “mudança importante na composição de juros no Brasil”.
— Vai reduzir um pouco os benefícios de poucas empresas em detrimento do crédito geral para as pequenas e médias empresas, que são prejudicadas por esse subsídio implícito que hoje existe no BNDES e que é concentrado a empresas de faturamento acima de R$ 300 milhões — justificou.