Tenho um amigão que sempre zoa comigo porque costumo ser sempre o personagem que ataca de perto nos RPGs. Às vezes chamado de bárbaro, às vezes de guerreiro, é aquele que tem uma arma no estilo machado, maça ou martelo de guerra, e precisa chegar perto dos inimigos para atacar.

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Esses dias deu para baixar no Xbox uma demonstração grátis de Diablo 4, um dos sucessos deste ano recheado de jogaços. Como foquei no Zelda: Tears of the Kingdom, ainda não tinha experimentado o novo ARPG da Blizzard. Quando liguei o jogo, chegou a hora de escolher o personagem. E agora?

Lembrei do que o meu amigo falou e já o imaginei dando risada do meu bárbaro. E passaram pela minha cabeça os personagens anteriores que já fiz em RPGs. Será que todos foram guerreiros? Será que os outros jogadores são assim também, escolhem sempre a mesma classe? Ou ficam variando e experimentando vários estilos?

No Skyrim, eu escolhi um nórdico, bem normal e sem graça. Mas, olha, a Yara era boa com o martelo de guerra. No Trine, o guerreiro é o meu favorito, assim como na série Torchlight. Para experimentar o mundo de Demon’s Souls e Monster Hunter World, também escolhi um personagem com ataque de perto.

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Entretanto, de vez em quando aparecem jogos que desafiam as suas regras pessoais. No meu queridinho Mass Effect, não existe um bárbaro clássico e acabei escolhendo o soldado e dando tiros de longe. No Fable III, tem ataque de perto, mas você não precisa se limitar a uma classe e acabei também usando as armas de fogo.

Até os novos Zeldas resolveram me desafiar. Depois de anos usando a espada para acabar com os inimigos desde Ocarina of Time, a mecânica das armas quebrarem me fez pensar uma nova estratégia. Em Breath of the Wild, a runa da bomba foi meu ataque mais usado, já que não gastava munição, apenas era preciso esperar um pouco para ativar novamente. Eu me escondia e jogava a bomba de longe. Mesmo que demorasse muito mais para derrotar todos os inimigos, era divertido ver os bokoblins desesperados, tentando descobrir de onde veio o ataque.

Chegou o Tears of the Kingdom e um novo desafio. Acabou a mordomia da runa e agora as bombas voltaram a ser um item finito, como nos Zeldas antigos. O resto continuou: as armas seguem quebrando. No início do jogo, nasceu uma nova Joana, que usa arco e flecha. Foi o jeito que encontrei de economizar minhas melhores armas. E assim a gente vai se adaptando.

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Todas essas lembranças passaram pela minha mente na hora de escolher meu personagem no Diablo 4. A primeira opção foi o bárbaro, que já achei interessante. O segundo, foi o necromante. Fui ler a descrição da classe e achei muito legal também, assim como o mago. O renegado não me chamou a atenção.

Porém, foi o druida que encheu meus olhos, uma classe com que eu jamais tinha jogado antes. Gostei dos poderes de virar bicho e mexer com trovões e ventos.

Mas, no final, é meu amigo quem vai voltar a dar risada. Fiz minha druida, chamada Kyna, nome sugerido pelo próprio jogo, com poderes para virar lobisomem e urso. E, adivinhem, sigo atacando de perto. Tenho a possibilidade de aprender a usar os trovões e o vento, mas nem dei bola. O guerreiro, ao que parece, não sai de mim.

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