Eis que surge a dúvida diabólica que move toda a classe do magistério em sua senda de vida: é uma profissão de vida ou uma profissão de fé?

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Uma incansável classe trilha todos os dias um caminho longo e tortuoso por todas as partes do imenso território brasileiro. A lembrança de condições inóspitas é algo natural, embora incompreensível para maioria dos trabalhadores que acredita ser este ofício algo leve e saboroso.

Na “terra brasilis”, os professores são um bom enredo para campanhas eleitorais, com ajuda da funcional ferramenta do “marketing político”, especuladores da propaganda criam uma realidade ficcional para o cotidiano do magistério em todos os níveis.

As escolas brasileiras na atualidade são um depositório cruel de crianças e profissionais desvalorizados e descontentes. Um tom sombrio se abateu no ambiente escolar nas últimas décadas – o desencantamento na arte de ensinar e aprender.

Não bastasse a penúria estrutural, nossos governantes que disputam majestosamente espaços midiáticos para narrar planos e metas que soterram qualquer esperança possível. O uso político das escolas – local onde a liberdade de cátedra e expressão deveria reinar, foi devidamente ocupado pela nefasta classe de “comissionados” ou “indicados politicamente”, todos devidamente apresentados por um parlamentar oportunista em manter currais eleitorais.

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A escola foi contaminada pela tecnologia, na ânsia de entrar para a “pós-modernidade”. Todos os gestores buscam um meio para empurrar uma quinquilharia eletrônica como sinal de inovação ao velho e surrado quadro e giz. Entre paredes e aparelhos eletrônicos, os professores passaram a condição de coadjuvantes do processo educacional, ou, como diz aquele especialista em pedagogia e didática – um mediador (sic)!

Na resistente luta cotidiana por melhoria das condições de vida e de trabalho, não rendemos homenagens aos governantes de arlequim, repudiamos falsas homenagens, seguimos vivendo e aprendendo, tudo pelo bom combate – no campo das ideias e da realidade.

Afinal, somos mestres na interpretação, na leitura de realidade, aprendemos e ensinamos a beleza da descoberta, redesenhamos a realidade. A vida é magistral!