Um grupo de mães esteve nesta segunda-feira na Maternidade Darcy Vargas, em Joinville, para cobrar esclarecimentos da direção da instituição. Elas queriam explicações sobre a morte de bebês recém-nascidos no local.
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A dona de casa Dieni Koch, que perdeu a filha há cerca de uma semana, é uma delas. Dieni diz que a maternidade diagnosticou um problema de coração na sua filha, medicou e depois a encaminhou para outro hospital, onde faleceu. Segundo a mãe, a maternidade errou no diagnóstico.
– Eles diagnosticaram um problema que ela não tinha. Na hora do nascimento, ela aspirou o líquido da bolsa e só precisava de oxigênio – lembra.
A recepcionista Marcela de Castro Lopes viveu problema igual. Perdeu um filho há 5 anos e outro há cerca de três meses. Segundo ela, um dos filhos teve o intestino perfurado por uma sonda e o outro teria nascido morto na maternidade.
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– Eu vinha pra cá e me mandavam embora. Fiz isso umas cinco vezes, só diziam para eu esperar até a data que eles achavam que era para o bebê nascer. Na verdade, passou do tempo, perdi sangue, perdi líquido e disseram que era normal, sendo que (o feto) estava morto dentro de mim – relata.
A repositora Maria Genir Brun também passou por esse drama. Em frente à maternidade, ela mostrava a foto do neto que, segundo ela, estava entre a vida e a morte. De acordo com Maria, sua filha não tinha condições de fazer parto normal, mas foi induzida pelo corpo médico e permaneceu em trabalho de parto por 19 horas.
– Ela passou esse tempo todo sofrendo. Agora a criança está lá, parece morta.
Entre as mulheres também havia um pai, que preferiu não se identificar para a reportagem. Ele afirmou que existe falta de médicos nos plantões da maternidade, e que os partos, muitas vezes, são feitos por enfermeiros.
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O diretor da Darcy Vargas, Fernando Marques Pereira, diz que os partos normais seguem um protocolo.
– Sempre que o trabalho de parto não está dando certo, há a indicação de se interromper a gravidez ou induzir o parto para não haver riscos. Existem protocolos para serem seguidos. Quando se faz essa indução e (o trabalho de parto) não evolui o esperado, indicamos a cesariana.
Pereira negou que esteja faltando médicos na maternidade.
– Temos uma equipe multifuncional a postos na maternidade, médicos e enfermeiros obstétricos. Quando fizemos os partos, sempre temos médicos na casa. Não existe falta de médicos, mas há casos em que a enfermeira obstétrica pode realizar o parto sob a supervisão de uma equipe e responsabilidade de um médico.