Há uma semana a casa de Ana Paula Freitas, de 34 anos, e do filho Lorenzo Freitas Machado, de apenas dois, é num quarto do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis. Desta vez eles precisarão ficar 21 dias na unidade para o tratamento do pequeno, que tem uma doença autoimune.
Continua depois da publicidade
Ana tem outro filho, um menino de nove anos, que está aos cuidados do pai e da avó em São José, onde moram. Diante da doença do filho menor, Ana não tem tempo para cuidar de si, toda a atenção é dada ao Lorenzo. Neste Dia das Mães, celebrado no domingo (12), ela nem parou passa pensar em comemoração, mas o hospital preparou uma surpresa nesta quinta-feira (9) para todas as mamães que se dedicam a cuidar dos seus filhos.
A ação começou às 14h e durante toda a tarde as mamães foram mimadas com massagem nas costas e mãos, bingo com prêmios, café da tarde e uma lembrancinha para celebrar a data.
— Achei muito boa a ideia, porque a gente está aqui trancada cuidando deles, temos que largar tudo para ficar com um só filho e isso não é fácil. Nos sentimos um pouco mais valorizadas, com a autoestima melhor — relata Ana Paula.

Lucimar Ribeiro, 29 anos, moradora de Camboriú, conseguiu até colocar um sorriso no rosto depois de tanto paparico. Há mais de seis meses a família descobriu que o filho Ueslei Ribeiro, de 10 anos, tem leucemia, e desde então as visitas ao hospital são frequentes. Talvez o menino até ganhe alta nesta sexta-feira (10) e, quem sabe, o Dia das Mães seja no aconchego da família em casa.
Continua depois da publicidade
— A hora que precisa a gente abandona a casa, abandona tudo e vem pra cá com ele, não é fácil, mas fazer o que? Ter um dia como esse faz muito bem, porque ficamos mais alegres, mais contentes e cuida mais de si para também cuidar dos outros — diz.
Eliane Herdt Rodrigues, 39 anos, chegou na quarta-feira (8) no hospital, o filho Alisson Rodrigues, de 14 anos, foi diagnosticado com pedra na visícula e vai fazer cirurgia nesta sexta. Mesmo preocupada com o procedimento, Eliane aproveitou a tarde para jogar bingo e distrair a cabeça.
— Estou preocupada com a cirurgia, e durante esta tarde, que não esperava, a gente esqueceu um pouquinho a preocupação e saiu mais forte para passar alegria ao filho, foi muito bacana — comenta Eliane, que é de Chapadão do Lageado e deve ficar até a próxima semana no hospital.
Ação tenta minimizar o procedimento hospitalar
Não é a primeira vez que o hospital infantil realiza ações para celebrar datas comemorativas. Isso faz parte da rotina da unidade, que trabalha com a política de humanização do hospital. Claudia Mattos Silva, chefe do setor de pedagogia hospitalar, explica que o evento é uma forma carinhosa de tentar minimizar essa situação e ainda mais em uma data tão sentimental.
Continua depois da publicidade
Segundo Claudia, desde o início da internação o hospital cria um vínculo muito próximo com o paciente e também com as mães, os pais ou parentes que acompanham as crianças. O foco geralmente é o paciente, mas o Dia das Mães não poderia passar em branco.
— Não poderíamos esquecer das mães e acompanhantes, incluindo os pais, porque tem criança que é o pai que está cuidando e eles também são convidados para participam da ação. É uma forma de fazer com que elas e eles se sintam colhidos e isso ajuda no tratamento dos filhos, que passam algo positivo para eles. Tentamos minimizar essa fragilidade que todos estão passando, a gente tenta ajudar um pouco neste momento — explica Claudia.

Este ano a ação teve a parceria da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), que ofereceu as massagens, e a Fraternidade Feminina Rosa de Saron, que fez o café da tarde e presenteou as mães com lembrancinhas.