As mães de Joãozinho, Thiaguinho e Juninho enxergam o trabalho dos seus filhos cheias de amor e preocupação. Mas domingo, no dia dedicado a elas, o coração estará sem pressão. Nenhum deles estará dentro do octógono do UFC buscando mais uma vitória em suas carreiras.

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O que une Maria Gorete, Maria de Lurdes e Rose, além de terem dado vida a três meninos, hoje bem crescidos, é a aflição de saber que eles podem acabar se machucando na profissão que escolheram. Mãe de lutador de MMA sofre.

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João Zeferino, de Floripa, fará sua primeira luta no maior evento de MMA do mundo na noite do próximo sábado, em Jaraguá do Sul, e pretende dar uma vitória como presente para Rose.

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Thiago Tavares, o primeiro manezinho no UFC, pretende almoçar com a mãe, Maria Gorete, assim que ela fechar a floricultura da família.

Júnior Cigano, que mora na Bahia e está na reta final de treinos para a luta do dia 25, deve telefonar para Maria de Lurdes, em Caçador, no Meio-Oeste de SC. Vai perguntar o que ela está comendo, quem está na casa e desejar um feliz dia para ela.

Ela entrou, Thiago entregou a luta

Dona de uma floricultura no Centro de Floripa, Maria Gorete vai chegar mais tarde para almoçar com Thiago Tavares e a irmã Gisélle, já que o Dia das Mães é um dos que mais dá movimento. Antes de começar a distribuir socos no octógono, Thiago ajudava nas entregas de flores pela região com os colegas de escola.

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Presentes não faltam. Além dos cremes, óculos e relógios que o filho sempre trás das viagens ao exterior, ela recorda de um especial. Pequeno, mas de grande significado.

– Estava escrito “O meu amor é tão grande que não cabe neste cartão” – lembra a mãe.

Nunca assistiu a um combate dele

Sem nunca ter assistido a uma luta do filho, nem mesmo vitória em reprise do Canal Combate, ela lembrou de uma história curiosa, que custou uma derrota para Thiago quando ele ainda iniciava no esporte.

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– Uma vez fui levá-lo em um campeonato de Jiu-Jitsu em Balneário Camboriú. Como eu não iria ver, combinei de pegá-lo quando já tivesse acabado. Só que a competição atrasou. Quando entrei, ele percebeu e, na mesma hora, deu três tapinhas no adversário, perdendo a luta. Ele fez isso com medo de que eu entrasse no tatame e fosse bater no menino.

Outro sofrimento da mãe foi na fase de aprendizado do “Thimdom” nas artes marciais. Ela e a irmã sofriam quando ele retornava dos treinos. Com ele louco para praticar, sobrava para elas.

– Uma vez ele chegou e deu um golpe em mim. Estávamos na cozinha e caímos os dois no chão. A Gisélle olhou e perguntou o que estava acontecendo, e nós só ríamos da situação.

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Se Zeferino luta, ela não vê

Dona Rose vive a expectativa de ver seu filho, João Zeferino, lutar pela primeira vez no UFC, no próximo sábado. Mas nem isso vai fazer com que ela viaje para Jaraguá do Sul ou assista o Joãozinho estrear no card principal do evento. Ela estará na torcida, mas com o seu tradicional ritual de luta.

– Eu prefiro ficar rezando em casa e assistir depois, pela TV, já sabendo como foi o resultado da luta – conta ela.

O medo de ver o filho lutar começou aos 16 anos, quando ele iniciou nas artes marciais. Ela o viu em ação três vezes, mas só em competições de Jiu-Jitsu – foi campeão mundial da modalidade -, e nenhuma ao vivo de MMA.

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Carinho antes para não sofrer

O carinho do filho antes e após a luta ajudam a amenizar a agonia de imaginá-lo trocando socos e golpes. Também para não vê-lo sofrer para perder peso, coisa que ele até evita. Comida de mãe poderia ser golpe baixo. Mas não na casa deles: Rose sempre os pratos que Zeferino gosta, dentro da dieta: franguinho, salmão e salada. De presente para esta data especial, que será comemorada com um almoço com toda família e alguns ingredientes mais light, já que João não pode ganhar peso na semana da luta, a “lembrancinha” pode vir até com um certo atraso. Não vai ter problema nenhum.

– A vitória (contra Rafael Sapo, no UFC Jaraguá) é muito mais do que um presente – suspira a MMÃezona.

Cigano liga sempre

Dona Maria de Lurdes vê pouco Júnior Cigano, já que ele mora e treina em Salvador. A diferença é que os caçulas, Marcelo e Juliana, não chegam nem perto de matar a mãe do coração com suas profissões. Essa parada cabe a Cigano, quando está em busca do cinturão dos pesos pesados do UFC.

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– Só assisti pela TV, já que ao vivo não tenho coragem. Sou uma mãe medrosa. Seria ruim pra mim e pra ele eu estar lá, já que ele iria se preocupar comigo quando tem que pensar só na luta – explica, por telefone, a mãe do ex-campeão do Ultimate.

No próximo dia 25, contra o neozelandês Mark Hunt, em Las Vegas, Cigano volta ao octógono. Preocupação para Maria de Lurdes.

Até entende, mas dá saudade

Ela lamenta não passar mais um Dia das Mães sem o filho mais velho, mas entende que ele precisa ir à luta.

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– Faz horas que ele não passa esse dia com a família em Caçador, mas sempre liga, ali pelas 13h, porque domingo ele dorme até mais tarde para descansar dos treinos – revela.

Muito apegado à mãe, ela, embargando a voz, relatou uma história da infância do filho, que foi mais difícil depois que o pai de Cigano saiu de casa.

– Se eu fosse chorar por causa dos problemas de dinheiro, ele chorava junto. Eu tinha que me esconder para ele não chorar também, já que sempre foi muito sentimental.

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