Uma mulher de 37 anos foi presa na tarde de segunda-feira (13) por abandono de incapaz e maus-tratos contra os quatro filhos após as crianças serem encontradas sem comida, com vacinação atrasada e sem acesso à educação em Garuva, no Norte catarinense. Quando os policiais chegaram na casa, o filho mais novo, de um ano, dormia no chão em meio à sujeira, enquanto que outro menino, de quatro anos, voltava sozinho de um passeio no rio, próximo da BR-101.
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A mãe foi presa em flagrante e encaminhada para a ala feminina do Presídio Regional de Joinville, sem negar nenhuma das acusações. Já as crianças, de um, quatro, e duas meninas de oito anos, foram levadas para um abrigo.
A mulher vivia sozinha com os filhos em um complexo de quitinetes na região central da cidade que, inclusive, é conhecido pelo tráfico de drogas. A Polícia Civil, portanto, chegou ao caso na semana passada, quando cumpriu mandados de buscas por conta de um assassinato que aconteceu neste mesmo endereço, no dia 6 de dezembro do ano passado.
Na ocasião, houve a denúncia de que a mulher estaria deixando de dar o suporte básico de sobrevivência aos filhos. A situação foi confirmada por conselheiros tutelares, que pediram apoio da polícia. Além disso, a investigação policial ainda apontou que ela é usuária de drogas e teria envolvimento com facção criminosa. A prisão foi feita pela Polícia Civil com apoio do Conselho Tutelar.
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— Percebemos este caso rápido na semana passada, e voltamos para resolver. Essas crianças tinham que ser retiradas dela — diz o delegado Eduardo Defaveri, responsável pela investigação.
Crianças presenciaram assassinato e se alimentavam com ajuda de vizinhos
Ainda segundo o delegado Defaveri, o homem de 28 anos morto a tiros por uma dupla dentro do complexo de quitinetes era “padrinho” da facção da qual a mãe faz parte e, no dia do crime, elas teriam presenciado o assassinato.
A investigação ainda apontou que as crianças só se alimentavam com a ajuda dos vizinhos, bastante humildes que vivem em situação de pobreza. Durante a tarde, quando foram ao local, os policiais deram falta do menino de quatro anos, que foi sozinho para um passeio em um rio, que fica a quilômetros de casa e às margens da rodovia. Também foi constatado que este mesmo garoto pedia comida em comércios locais.
A polícia ainda confirmou que as meninas, de oito anos, em idade escolar, não eram matriculadas desde 2022. A vacinação dos quatro, incluindo o mais novo, também está atrasada. Além disso, as crianças não tinham nem roupas para levar ao abrigo, já que a mulher as queimava após um único uso, para não precisar lavar.
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— Não era pelo fato de ser pobre, porque as roupas dela não eram ruins. A pobreza, por si só, não é motivo de abandono, desde que haja o mínimo de atenção aos cuidados de saúde e educação das crianças — destaca o investigador.
A secretaria de Assistência Social de Garuva ainda disse à polícia sempre estar disponível para contribuir com a situação de vulnerabilidade das famílias da cidade. No entanto, neste caso, diz que os agentes nunca foram chamados pela suspeita e, inclusive, ela já havia negado atendimento anteriormente.
Veja fotos da situação do local
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