Dois homens e uma mulher foram presos nesta terça-feira em Ohio, nos EUA, e serão processados por terem escravizado e mantido uma deficiente mental e sua filha como reféns, anunciaram as autoridades.
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Após uma longa investigação, os três terminaram detidos por acusações de tráfico humano. As vítimas foram mantidas em cativeiro em uma casa em Ohio (norte).
A mãe deficiente conseguiu fugir em outubro de 2012, quando foi pega roubando um doce. Ela disse aos policiais que preferia ser presa a voltar para casa, porque seus companheiros eram “ruins” com ela, informou a promotoria.
Por dois anos, mãe e filha foram mantidas no porão, com cobras e pitbulls, alimentando-se apenas de enlatados, ou de restos de comida. A mãe era obrigada a fazer as tarefas domésticas e sofria maus-tratos.
Na casa, em Ashland, moravam outras duas mulheres, os quatro filhos de uma delas e um homem.
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– Mais uma vez, nós nos vemos obrigados a admitir que a escravidão moderna existe – disse o promotor do distrito norte de Ohio, Steven Dettelbach.
– As vítimas nesse caso passaram por violência, ameaças, condições de vida subumanas e outros atos horrendos – afirmou.
A mulher, cuja identidade não foi divulgada, ouvia repetidas ameaças. Se não fizesse o que seus captores queriam, sua filha (hoje com cinco, ou seis anos) seria ferida, ou tirada dela.
Inicialmente, as duas foram obrigadas a dormir no chão, em um porão onde também vivia uma iguana. Ambas era repetidamente espancadas, ameaçadas com pitbulls e cobras e vigiadas por vídeo, por meio de uma babá eletrônica.
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Em pelo menos três ocasiões, ela foi seriamente ferida para conseguir receita médica de analgésicos para Jordie Callahan, de 26, e Jessica Hunt, de 31, que moravam na mesma casa.
Jordie e Jessica também rasparam a cabeça da deficiente, no estilo moicano, e escreveram “slut”, “whore” e outras palavras do gênero (vagabunda e prostituta, em português) em seu rosto e no peito, com um marcador permanente.
A menina só podia usar o banheiro depois que sua mãe terminasse a faxina na casa. Entre as tarefas domésticas, estava cuidar de cobras venenosas.
A mãe também era obrigada a entregar os cartões dos benefícios sociais oferecidos pelo governo e raramente recebia algum dinheiro, acrescentou a promotoria.
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