— Se quer fazer algo, faça agora.
Este é o conselho de Lavínia Santos Batista, de 23 anos. Ela e a mãe, Alexandra Maria Silva Santos, 40, foram internadas no mesmo dia, no Hospital Santo Antônio, em Blumenau, para enfrentar as complicações do coronavírus. A jovem recebeu alta dois dias depois, no entanto, a mãe não teve melhoras e precisou continuar os tratamentos no hospital por quase três meses.
Continua depois da publicidade
Foram 78 longos dias, semanas eternas, mas Lavínia nunca perdeu as esperanças de que a mãe ficaria bem. A estudante do nono semestre de Direito lembra que entre as pessoas próximas ninguém mais acreditava que a mãe dela voltaria para casa.
> Receba todas as notícias de Blumenau e região no seu WhatsApp. Clique aqui.
— Tentei manter o pensamento positivo, pensar que logo ela estaria em casa, não só por mim, mas por ela também.
Continua depois da publicidade
Do dia da internação, em 18 de dezembro, em diante, a doença foi piorando para Alexandra. O quadro evoluía rápido e as notícias nunca eram boas. Em 25 de dezembro, no Natal, Lavínia soube que a mãe estava sendo intubada e ficaria em uma UTI.
— Parecia que o mundo estava se abrindo sob os meus pés e eu fui caindo em um buraco sem fim.
O tempo foi passando. Uma médica e uma psicóloga do hospital chegaram a ligar para a filha de Alexandra para conversar. A jovem conta que este foi um dos piores momentos. As profissionais explicaram que não havia mais chances para a mulher, ela já estava no último estágio da doença, apenas um milagre poderia salvá-la. E ele aconteceu.
Lavínia disse que nunca perdeu a fé de que a mãe voltaria. Ela sabia que as duas iriam novamente ficar juntas para poder comemorar essa nova chance de vida.
— Eu pensei sim que ela fosse morrer, a gente sempre pensa, mas eu acredito no Deus do impossível e acreditava que um milagre seria feito — contou emocionada.
Continua depois da publicidade
Depois de quase dois meses e meio, veio a notícia de que Alexandra estava melhorando e logo poderia ir para casa. Transbordando de felicidade, Lavínia fez planos para o reencontro enquanto a mãe permanecia no hospital.
— Eu só queria que ficássemos juntas, sem mais ninguém, mas com muito amor e carinho. Foi exatamente como imaginei.
Viva o hoje
No mês passado, Alexandra pôde ir para a casa e as duas puderam continuar os planos para o futuro. Lavínia conta que a formatura dela era um dos sonhos da mãe e que elas poderão estar juntas neste momento.
Mãe e filha são da Bahia e se mudaram para Blumenau há 17 anos em busca de mais qualidade de vida, emprego e estudo. São apenas as duas — e um cachorro. Segundo a filha, elas sempre foram muito ligadas.
Continua depois da publicidade
As duas têm inúmeros planos para o futuro, mas estão vendo a vida de forma diferente. Não querem mais esperar para realizar todos os sonhos.
— Adiantamos tudo. Não queremos esperar mais para o próximo dia, ou para a próxima semana, porque não sabemos o dia de amanhã e pode ser tarde demais — finalizou.