A mãe do menino de 2 anos desaparecido em Santa Catarina e encontrado em São Paulo no dia 8 de maio recebeu R$ 100 para pegar um táxi e levar a criança até um “ponto de entrega” em São José, na Grande Florianópolis. A informação foi confirmada à reportagem neste sábado (13) pelo delegado-geral Polícia Civil de SC, Ulisses Gabriel.
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A investigação apontou também que o dinheiro foi transferido pela mulher do homem que teria intermediado a adoção ilegal e que estava com o bebê na capital paulista, no momento em que a polícia paulista localizou a criança. Ainda conforme a Polícia Civil, em breve deve ocorrer nova quebra do sigilo bancário de outros suspeitos de envolvimento no caso.
A família diz que o dinheiro também deveria ser usado para a alimentação da mãe e do garoto, além do transporte de volta para casa. O garoto foi encontrado em um veículo na capital paulista junto com um homem e uma mulher, que foram presos em flagrante pela polícia, suspeitos de tráfico de pessoas. A transferência do dinheiro teria sido feita, porém, por uma terceira pessoa, a esposa do homem que estava no carro junto com a criança, segundo a polícia.
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O menino ficou sob cuidados do Conselho Tutelar na capital paulista. A volta dele para Santa Catarina deve ocorrer na próxima segunda-feira (15), segundo o Tribunal de Justiça do Estado (TJSC). O bebê ficará em um abrigo de São José, onde mora a família.
Entenda o caso
A investigação sobre desaparecimento do menino de dois anos em Santa Catarina no último dia 5, após o registro de boletim de ocorrência feito pela família da criança. O bebê, segundo a investigação, foi visto pela última vez com a mãe, no dia 30 de abril em São José. Ela, porém, deu entrada a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em um hospital da Grande Florianópolis. Ela já teve alta e prestou depoimento à polícia.
O menino foi encontrado com um casal em um carro com placa adulterada, que teria saído da capital catarinense em direção a São Paulo. Na abordagem, os dois apresentaram a Certidão de Nascimento da criança e afirmaram à polícia estar indo ao fórum regularizar a adoção. Eles foram presos em flagrante, suspeitos de tráfico de pessoas.
A Polícia Civil de Santa Catarina investiga o envolvimento de outras duas pessoas no desaparecimento.
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De acordo com a Polícia Civil, a mãe do menino teria sido “aliciada” desde o nascimento do filho para entregar a criança para adoção de um casal. Toda a conversa foi feita via internet e os dois estiveram na Grande Florianópolis apenas para pegar o menino.
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Em depoimento, a mãe afirmou ter entregado a criança por “livre e espontânea vontade”. Apesar da entrega voluntária, o Código Penal descreve como crime o ato de registrar o filho de outra pessoa como próprio. O envolvimento de dinheiro na ação será investigado após a quebra de sigilo bancário em Santa Catarina.
Após ser encontrado, o menino foi deixado com o Conselho Tutelar de São Paulo. As informações preliminares eram de que o bebê ficaria com a avó materna no retorno a Santa Catarina, no entanto, a pedido do Ministério Público paulista, ele ficará em um abrigo de São José, onde mora a família.
*Em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e seguindo nossos preceitos éticos e editoriais, a NSC não identificará a criança que foi levada de Santa Catarina e encontrada pelas autoridades em São Paulo no dia 8 de maio.
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