Mãe de Eloá é dispensada pela defesa, mas fica no tribunal para acompanhar depoimento do filho

O julgamento de Lindemberg Alves, acusado de matar a ex-namorada Eloá Pimentel em outubro de 2008, entrou no segundo dia em meio a uma confusão sobre a participação de testemunhas. Ontem, a advogada Ana Lúcia Assad, que defende Lindemberg, havia pedido para que a mãe e o irmão de Eloá prestassem depoimentos. Nesta terça-feira, no entanto, a defesa dispensou Ana Cristina Pimentel, 45 anos, mãe de Eloá. Ela chegou a deixar o Fórum de Santo André, no ABC paulista, no final da manhã, mas foi chamada novamente para acompanhar o depoimento do filho, que é adolescente.

Lindemberg, de 25 anos, chegou por volta das 8h30min para o segundo dia de julgamento. Ele havia deixado o Centro de Detenção Provisória de Pinheiros escoltado cerca de uma hora antes. Já dentro da sala do Tribunal do Júri, Lindemberg e a mãe de Eloá trocaram olhares antes de ela ser dispensada, o que provocou tensão no fórum. A advogada de defesa ameaçou abandonar o júri caso Ana Cristina Pimentel fosse ouvida. Mesmo contrariada, a promotora do caso, Daniela Hashimoto, aceitou a dispensa.

Mais cedo, no início dos trabalhos, o policial militar Ronickson Pimentel dos Santos (irmão mais velho de Eloá) respondeu perguntas feitas pela juíza Milena Dias e chegou a chamar Lindemberg de “monstro”.

Nesta segunda-feira, O primeiro dia de julgamento começou 50 minutos depois do horário previsto e terminou por volta das 20h. Três dos quatro reféns de Lindemberg prestaram depoimento, entre eles Nayara Rodrigues da Silva, principal testemunha de acusação.

Lindemberg é acusado pela morte de Eloá Pimentel, 15 anos, no dia 18 de outubro de 2008. O crime ocorreu após mais de cem horas de cárcere privado em um apartamento em Santo André (SP). Inconformado com o fim do relacionamento, o Lindemberg entrou armado no apartamento e rendeu grupo de jovens. Dois chegaram a ser libertados, mas Eloá e a amiga Nayara ficaram no interior do imóvel.

Sem sucesso na negociação, a polícia invadiu o local, supostamente após ouvir tiros. Antes de ser dominado pelos policiais, Lindemberg atirou contra Eloá, que não resistiu aos ferimentos. Nayara foi baleada no rosto e sobreviveu.

*Com informações da Agência Estado e Folha de São Paulo.