Natural da Venezuela, a mãe do bebê que morreu após sofrer maus-tratos em Caçador se mudou para Santa Catarina em busca de melhores condições de vida. Ela mora junto com outra venezuelana Isamar Celeste Rojas, irmã da mãe do bebê. 

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A criança teria sido espancada por um casal de cuidadores, que está preso e deve responder por homicídio qualificado.

— Nós temos que trabalhar. O marido dela [da mãe do bebê] não está aqui, ficou em Roraima. Tem que deixar alguém cuidar dos meninos para a gente trabalhar. Não somos daqui, viemos de outro país, então não é fácil — relatou ao g1 SC.

Além do bebê, segundo a tia da criança, a mulher tem uma criança de dois anos.

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Investigação

A Justiça decretou a prisão preventiva do casal suspeito de agredir o bebê após audiência de custódia. Os cuidadores, de 19 e 21 anos, foram presos em flagrante e, segundo o delegado Fabiano Locatelli, indiciados pela prática do crime de lesão corporal de natureza grave, com a incidência de dispositivos previstos na Lei Henry Borel aprovada em 24 de maio.

O laudo pericial médico apontou que o bebê tinha lesões graves, entre elas, a prática de “shaken baby”, que é quando um adulto chacoalha uma criança de forma agressiva.

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O bebê ainda tinha ferimentos na face, cabeça, costas e nádegas.

A criança internada ficava sob responsabilidade do casal enquanto a mãe trabalhava.

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) informou na terça-feira (19) que abriu procedimentos para investigar se outras crianças eram cuidadas pelos suspeitos e acompanhar a situação das filhas do casal preso.

Em nota, a defesa do casal negou a prática de qualquer agressão ou omissão, e informou que “os fatos merecem uma investigação mais aprofundada, e serão esclarecidos durante a instrução processual”.

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Confira a íntegra da nota da defesa dos cuidadores 

“Em relação aos fatos que estão sendo acusados os meus clientes, cujos nomes mantenho em sigilo já que o processo corre em segredo de justiça, informo que:

Os acusados negam a prática de qualquer agressão, ou qualquer tipo de omissão. Estavam cuidando do menor há apenas três dias, e no dia dos fatos notaram que o menor chegou diferente (mais quieto), porém não notaram nenhuma lesão.

Que após mamar, o mesmo acabou se afogando, momento que foi conduzido até o hospital. O casal possui duas filhas (6 meses e 2 anos) que nunca tiveram qualquer tipo de maus tratos, sendo crianças extremamente bem cuidadas, uma inclusive mamando no peito.

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Os fatos merecem uma investigação mais aprofundada, e serão esclarecidos durante a instrução processual, e com certeza a verdade virá à tona.

Neste momento, peço respeito aos meus clientes e seus familiares, pois ainda é muito precoce tomar qualquer posicionamento ou julgamento antecipado. Vamos aguardar o andamento processual.

Serão impetrados habeas corpus no Tribunal de Justiça, objetivando a liberação dos acusados. As crianças estão aos cuidados das avós”.