A mãe de um dos alunos que estudam na Escola Municipal Cívico Militar Presidente Castello Branco, em Joinville, comentou a polêmica envolvendo bandeiras LGBT dentro da unidade. Três estudantes receberam advertências da direção por estarem com os objetos durante o horário de recreio.
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– Para mim, isso é homofobia. Eles não estavam falando de política partidária, de religião, não estavam falando sobre LGBT. Era apenas uma bandeirinha colorida. Eles querem silenciar algo que está na sociedade – defendeu ela.
A assistente social, que atua na área da educação, é mãe de um adolescente de 13 anos que estuda na escola Castello Branco. Segundo ela, o filho também recebeu uma bandeira da amiga e estava presente no momento em que houve a abordagem.
O adolescente contou para a mãe que uma das meninas comprou as bandeirinhas pela internet e, em conversa por aplicativo de mensagens, os amigos pediram que ela levasse como presente para eles no dia seguinte.
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Ela teria colocado as bandeiras em envelopes e entregado aos amigos no horário de intervalo da escola. A assistente social conta que uma das meninas retirou o adereço e o usou como uma espécie de gravata. Foi quando o monitor da escola percebeu e recolheu as bandeirinhas, levando os alunos para a direção.

Prefeitura diz que alunos distribuiam “materiais de campanha”
A prefeitura afirma que a direção da escola foi informada pela equipe pedagógica de que as alunas distribuiam “materiais de campanha” entre os estudantes. O município informou que os três alunos, na companhia dos responsáveis, foram chamados pela direção e advertidos. Um deles solicitou transferência para outra unidade.
De acordo com a assistente social, o filho disse que as bandeiras foram tomadas das mãos dos alunos. O menino e uma colega conseguiram guardar os envelopes dentro da roupa, mas os outros três amigos foram levados para receber advertência por escrito.
– Eles estavam em alvoroço de panelinha, mas não era uma campanha. Por que não pode ter uma bandeira colorida na escola? Se fosse qualquer outra bandeira, como a do Brasil, os alunos seriam abordados também? – questiona a mãe.
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Veja a nota na íntegra:
As escolas municipais são regulamentadas pelo Regimento Único das Escolas da Rede Municipal de Ensino de Joinville, documento aprovado pelo Conselho Municipal de Educação de Joinville e que pode ser conferido no site da prefeitura (bit.ly/RegimentoEscolasMunicipaisJlle).
No Regimento, consta, por exemplo, os princípios norteadores das políticas educativas e das ações pedagógicas. Desta forma, são trabalhados nas escolas princípios de justiça, solidariedade, liberdade e autonomia; de respeito à dignidade da pessoa humana e de compromisso com a promoção do bem de todos, contribuindo para combater e eliminar quaisquer manifestações de preconceito ou discriminação.
Neste Regimento também consta a proibição de promover qualquer tipo de campanha ou atividade dentro da unidade escolar sem a prévia autorização da direção. Em caso de não cumprimento das normas, podem ser aplicadas sanções conforme a gravidade e/ou a reincidência dos fatos. Elas iniciam em advertência verbal e advertência escrita.
Na quinta-feira (24/2), a direção da Escola Municipal Cívico Militar Presidente Castello Branco foi informada pela equipe pedagógica de que três alunas estavam distribuindo materiais de campanha entre os alunos.
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Após tomar conhecimento dos fatos, a direção chamou as alunas e os responsáveis para conversar e as estudantes foram advertidas. Uma das alunas, por escolha pessoal, solicitou transferência para outra escola.
A Secretaria de Educação de Joinville ressalta que preza pela democracia e está aberta para o diálogo com todos os grupos da sociedade civil organizada.
Vale ressaltar que o Regimento Único das Escolas da Rede Municipal de Ensino de Joinville é trabalhado em sala de aula com os estudantes.