Uma moradora de Florianópolis deu à luz nesta quinta-feira (19) uma bebê que gerou como barriga solidária da própria filha. Rosicléia de Abreu Carlsem tem 53 anos e é auxiliar de sala da rede municipal de ensino da Capital. Ela aceitou receber a gestação da criança porque a filha, a técnica de enfermagem Ingrid Carlsem, de 29 anos, não pode engravidar.
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Barriga solidária, também chamado de útero de substituição, é um método adotado por mulheres que não conseguem ou não podem engravidar por problemas de saúde. A prática também é conhecida popularmente por barriga de aluguel, difundido por uma novela de 1990, mas nos últimos anos recebeu essa nomenclatura para afastar qualquer relação de negociação, já que a estratégia hoje só pode ser adotada quando não há lucro envolvido.
Em 2014, Ingrid teve uma embolia pulmonar e uma trombose venosa profunda por possuir maior facilidade para formar coágulos de sangue. A condição é chamada de trombofilia.
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Ela chegou a ter sequelas na perna esquerda, com risco de amputá-la. Passou por uma angioplastia e recebeu dois stentes para desobstruir as veias do local afetado.
Por conta dos problemas de saúde, os médicos recomendaram que ela não tivesse filhos porque havia alto risco de morte.
Antes mesmo de ter a doença, Ingrid já havia perguntado se a mãe seria capaz de ser barriga solidária dela caso algum dia fosse preciso, enquanto assistiam uma reportagem sobre o assunto na TV. A resposta foi positiva. Quando a gravidez ficou impossibilitada pelos problemas de saúde, ela se lembrou da conversa e decidiu recorrer à mãe.
Família fez vaquinha e rifa para pagar fertilização

A gravidez por barriga solidária é feita por fertilização in vitro, um procedimento considerado de alto custo. Por isso, a família fez uma vaquinha on-line, uma rifa e até fabricou máscaras de tecido para vender e agregar no valor necessário para a fecundação em laboratório.
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– Nós somos de família humilde e sem a solidariedade de amigos, familiares e equipe médica, nada seria possível – conta Ingrid.
Maria Clara foi batizada em homenagem a avós
A bebê gerada pela avó recebeu o nome de Maria Clara. Ela veio ao mundo às 10h56min desta quinta-feira (19), na clínica e maternidade Santa Helena, após 37 semanas e meia de gestação. A menina mede 49 centímetros e pesa 3,3 quilos.
O nome de Maria foi escolhido em homenagem à avó e à bisavó, que também tinham esse nome, e Clara, por ser luz para toda a família, segundo explicou Ingrid, em material de divulgação da prefeitura da Capital.
‘Gesto de uma mulher nobre’, diz filha
Rosicléia, que agora gerou a bebê para a filha, ficou órfã de mãe aos 13 anos. Foi criada por outra Maria, a avó dela. Ela é pedagoga e trabalha no Núcleo de Educação Infantil Municipal Hassis, no bairro Costeira do Pirajubaé.
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– O gesto da minha mãe foi de grandeza, de uma mulher nobre, talvez mesmo eu tentando mencionar ou descrever em palavras, jamais conseguirei especificar o quão valiosa ela é para mim – relata Ingrid.
A avó também não esconde a satisfação por ter ajudado a realizar o que para Ingrid era um “sonho de menina”.
– Uma mãe se doa de corpo e alma para uma filha. Sinto-me grata e honrada em exercer esse papel tão importante que é gerar uma nova vida, minha neta – contou Rosicléia.
* Com informações da assessoria da prefeitura de Florianópolis
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