O único sentimento de conforto com que a doméstica Rosita Praça, 48 anos, poderia contar na noite de ontem, após sepultar um dos seus filhos, era o de afinal saber onde estava Jonatan Praça, 22. É pouco, mas a angústia causada pelo sumiço do rapaz havia feito a mulher deixar de trabalhar e de dormir direito nos dois últimos meses.

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Jonatan morava em uma quitinete perto da casa da família, no bairro Jarivatuba, na zona Sul de Joinville, mas nunca deixou de visitar os pais. Um dia, em novembro passado, parou de fazê-lo. Foi quando Rosita levou o caso à polícia e depois organizou uma expedição de busca por conta própria , que acabou bem sucedida, no sábado.
A doméstica conta que a polícia chegara a fazer buscas com cachorros. A ação não rendeu resultado, mas Rosita continuou recebendo informações soltas por pessoas do bairro que conheciam Jonatan. Desta forma, ela, o marido, um irmão dela e o sobrinho chegaram a um mangue na região da rua Agulhas Negras, no bairro Fátima. Com uma vara e um facão, eles vasculharam a beira do rio, à procura de um pedaço de chão mexido. Encontraram e começaram a escavar. Não deixaram Rosita, já desesperada, ver o que ocorria.
Pelas roupas e por uma tatuagem no braço, confirmaram que o rapaz tinha sido assassinado. Jonatan foi sepultado ontem no Cemitério Nossa Senhora de Fátima. A Polícia Civil agora investiga a morte de Jonatan, que provavelmente engrossará as estatísticas dos assassinatos de Joinville em 2012.

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Peritos avaliaram que o rapaz foi morto a pauladas e pedradas, diz Rosita. Usuário de drogas, ele já havia sido condenado por furto. Apesar dos problemas do filho, a diarista não acredita que ele foi morto por causa de uma eventual dívida de drogas.