O presidente Nicolás Maduro afirmou na segunda-feira que seu governo persistirá no diálogo para resolver a crise política e econômica da Venezuela, ao ignorar o anúncio da oposição, que descartou o reinício das conversações a partir de 13 de janeiro.

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“Em 13 de janeiro há um encontro que deve ser cumprido. Nós vamos cumprir, nosso povo, o governo bolivariano, porque a Venezuela necessita de diálogo”, afirmou Maduro em seu programa de rádio.

A declaração do presidente foi uma resposta à afirmação de sábado do secretário executivo da coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD), Jesús Torrealba, que descartou retomar as negociações, alegando que o governo não respondeu uma série de demandas apresentadas no processo.

O Vaticano e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul), que atuam como mediadores do diálogo, apresentaram a proposta aos dois lados de um prazo até 13 de janeiro para avançar na agenda e evitar a adoção de medidas que dificultem o progresso.

A MUD congelou sua participação no diálogo em 6 de dezembro, quando estava prevista a terceira rodada, alegando ao alegar que o governo não havia cumprido o que foi acordado no processo iniciado em 30 de outubro.

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Em resposta a uma carta do secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, o secretário da MUD destacou que “não existem condições para restituir” as práticas.

Maduro criticou a declaração, um dia depois do papa Francisco ter estimulado o diálogo na Venezuela em sua mensagem de Natal “urbi et orbi”.

Ao mesmo tempo que atacou a oposição, o presidente venezuelano agradeceu a palavras do pontífice e disse que está comprometido com “o diálogo e a paz”.

De acordo com Torrealba, em sua carta Parolin pediu às partes que alcancem um acordo sobre um calendário eleitoral que “permita aos venezuelanos decidir sem adiamentos seu futuro”.

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A oposição exige que, por meio do diálogo, seja retomado o processo para um referendo revogatório do mandato de Maduro – procedimento suspenso em 20 de outubro – ou um acordo para uma antecipação das eleições presidenciais, previstas para dezembro de 2018.

Maduro, no entanto, afirma que os temas não estão na agenda.

axm/fp