O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chamou, nesta quarta-feira (24), de “louco extremista” o vice-presidente americano, Mike Pence, que acusou o seu governo de financiar a caravana de milhares de migrantes hondurenhos que avança em direção aos Estados Unidos.

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“Tremendo poder de convocação que eu tenho na América Central, Mike Pence! Se não fosse um extremista ter dito isso, um louco extremista (…), eu iria rir disso”, expressou Maduro.

“Já começou a paranoia imperialista de acusar Maduro e a Venezuela de tudo o que vem na cabeça deles, e eles são capazes de fazer qualquer coisa”, declarou o presidente durante um ato transmitido pela emissora estatal VTV, ao ratificar as suas frequentes denúncias de que Washington promove a sua derrubada e, inclusive, tentativas de assassiná-lo.

Pence assegurou na terça-feira que o presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, lhe comunicou que a enorme caravana foi organizada por grupos de esquerda “financiados pela Venezuela”.

Entre 2.500 e 5.000 pessoas, segundo as autoridades do México, tentam cruzar esse país para chegar aos Estados Unidos depois de ter partido de Honduras. A ONU estimou o número de integrantes da caravana em 7.000.

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O presidente americano, Donald Trump, ameaçou fechar as fronteiras diante do que chamou de “agressão”.

No sábado passado, Maduro pediu a Trump que “abrisse a fronteira dos Estados Unidos e respeitasse os migrantes centro-americanos”.

Em contraste, o líder socialista é responsabilidade por seus adversários pelo êxodo de milhares de pessoas que fogem da crise econômica na Venezuela, com uma hiperinflação projetada em 1.350.000% para 2018 pelo FMI, além da escassez de alimentos e remédios.

Embora Maduro negue uma crise migratória, a ONU calcula que 1,9 milhão de venezuelanos deixaram o seu país desde 2015.

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Washington e Caracas, que carece, de embaixadores desde 2010, têm tido relações tensas desde a chegada ao poder do falecido presidente Hugo Chávez (1999-2013), agravada nos últimos tempos.

A administração Trump impôs sanções financeiras contra a Venezuela e sua petroleira Pdvsa, assim como contra Maduro e outros funcionários de alto escalão.

* AFP