O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou nesta terça-feira que seu governo iniciará uma “nova etapa de diálogo” com os Estados Unidos, após uma reunião entre a chanceler Delcy Rodríguez e o secretário de Estado, John Kerry, na Assembleia Geral da ONU, em Santo Domingo.
Continua depois da publicidade
“Eles propuseram que iniciemos uma nova etapa de diálogo com novos canais de comunicação e um conjunto de encontros em alto nível de forma imediata, e eu disse à chanceler: ‘aprovado’. Vamos iniciar esta série de encontros de alto nível, estou de acordo”, afirmou Maduro, em ato oficial transmitido em rede nacional.
O presidente venezuelano disse estar “pronto para nomear embaixadores e regularizar as relações” entre os dois países, cujos governos retiraram seus embaixadores em 2010.
Maduro informou que o encontro durou 40 minutos e foi solicitado pelo governo americano.
“Foi uma reunião respeitosa, na qual nós exigimos ao governo dos Estados Unidos respeito à independência da Venezuela, à soberania da Venezuela”, acrescentou.
Continua depois da publicidade
Na reunião, Kerry e Rodríguez acertaram que o vice-secretário de Estado Thomas Shannon visitará a Venezuela muito em breve para avançar em um diálogo bilateral, informou o diplomata americano.
Diante da Assembleia Geral da OEA, Kerry fez um apelo à libertação dos “presos políticos” venezuelanos, respeito à liberdade de expressão e alívio à escassez de alimentos e medicamentos que o país sofre, ao que Rodríguez respondeu, irritada, “os assuntos internos da Venezuela os resolvem os venezuelanos”.
Após se reunir com Delcy Rodríguez, o secretário de Estado disse à imprensa: “conversamos sobre o referendo revogatório (…), tratamos de dizer que eles devem responder de modo que mostrem abertura e respeito a sua própria lei”.
“Não queremos uma suspensão, não acreditamos que isto seja construtivo” para a Venezuela. “Acredito que é mais construtivo dialogar do que isolar”.
Continua depois da publicidade
Caracas e Washington têm uma longa lista de conflitos, nos quais a Venezuela acusa os Estados Unidos de “intervencionismo imperialista”, enquanto a Casa Branca acusa funcionários do governo venezuelano de violar os direitos humanos.
Apesar do enfrentamento político, os Estados Unidos são os principais compradores do petróleo da Venezuela, que em 2015 exportou ao mercado americano 830.000 barris diários de cru e derivados.
vo/mis/ll/mvv/lr