O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quinta-feira (21) o fechamento total da fronteira terrestre com o Brasil. O mandatário venezuelano fez o anúncio em uma reunião com o alto comando militar do país em Fuerte Tiúna, na capital Caracas.

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— Eu decidi, no sul da Venezuela, que a partir das 20h (21h de Brasília) deste 21 de fevereiro, fica fechada total e completamente, até novo aviso, a fronteira terrestre com o Brasil — afirmou o presidente.

A determinação vem às vésperas de uma mobilização liderada pelo autodeclarado presidente interino Juan Guaidó, líder da Assembleia Nacional, para obter ajuda humanitária de outros países — inclusive o Brasil. Maduro rechaça essa ajuda, afirmando se tratar de uma "esmola".

O Brasil, que vai instalar um centro de aprovisionamento no Estado fronteiriço de Roraima, prepara uma operação para fornecer ajuda humanitária em "cooperação com o governo dos Estados Unidos", disse em Brasília o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros.

No próximo sábado (23), apoiadores do autodeclarado presidente da Venezuela Juan Guaidó, líder da Assembleia Nacional, e do presidente Nicolás Maduro vão fazer um duelo musical nas fronteiras do país.

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Enquanto apoiadores de Guaidó organizam o "Venezuela Aid Live" para arrecadar US$ 100 milhões em ajuda humanitária, na cidade de Cúcuta, na Colômbia, apoiadores chavistas armam o "Hands off Venezuela" (Tirem as mãos da Venezuela), com atrações ainda não confirmadas.

O show oposicionista contará com artistas do porte dos espanhóis Alejandro Sanz e Miguel Bosé, o dominicano Juan Luis Guerra, os colombianos Carlos Vives e Juanes, e o porto-riquenho Luis Fonsi. Ainda não foram anunciadas as atrações do show chavista.

Maduro responsabiliza Colômbia por violência

O líder socialista disse ainda que está "avaliando um fechamento total da fronteira com a Colômbia", diante do que chamou de "provocações" e agressões do governo do presidente Iván Duque em aliança com o presidente americano, Donald Trump.

— Eu considero o senhor Iván Duque responsável por qualquer violência na fronteira —declarou Maduro, que também pediu aos militares colombianos que não se prestem a nenhuma agressão contra a Venezuela.

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Guaidó, reconhecido por 50 países como presidente interino da Venezuela, viaja nesta quinta em caravana para a fronteira com a Colômbia para exigir a entrada de ajuda humanitária enviada pelos Estados Unidos e que está armazenada na cidade colombiana de Cúcuta.

Na terça-feira (19), Maduro reafirmou sua decisão de suspender o tráfego aéreo e marítimo com Curaçao, onde a ajuda enviada a partir de Miami (EUA) está armazenada. De acordo com o presidente venezuelano, os voos eram uma "provocação" preparada com o consentimento do governo da Holanda.

— É melhor prevenir do que remediar, tomar todas as medidas de segurança e proteção até novo aviso, porque as provocações devem ser trabalhadas com tempo para desmontá-las, simples assim — disse aos militares.

Guaidó anunciou que as brigadas de voluntários vão se dirigir no sábado aos centros de armazenamento de partir nos estados de Táchira e Bolívar, nas fronteiras com Colômbia e com o Brasil, no Estado de Roraima, além dos portos Cabello e La Guaira.

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O opositor de 35 anos garantiu que fará a ajuda humanitária entrar no país no sábado, dia que marca um mês de sua proclamação como presidente interino.