Palco e passarela sempre estiveram no mesmo caminho. Mas nunca foram tão entrelaçados como agora, quando modelos se tornam cantoras de sucesso e intérpretes são cada vez mais solicitadas para abrilhantar desfiles e ensaios de moda.
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As celebridades da música se transformaram em verdadeiros ícones de moda. Fazem o papel de modelo para marcas poderosas, transformam os seus figurinos em verdadeiros objetos de desejo.
Madonna sabe bem disso: volta e meia é estrela ou inspiração para campanhas publicitárias e coleções de estilistas. Cantora, compositora, atriz, dançarina, empresária e produtora musical e cinematográfica, a Rainha do Pop é a mestre na arte de se reinventar. De Material Girl a Evita, quando menos se espera, ela se lança em um disco queen ou uma garota country (eu tiraria esta frase). Ícone da década de 1980, incorporou o estilo punk ao fetichismo e explorou a combinação entre moda, música e movimento. Depois, a cantora priorizou um estilo mais sexy e deu ênfase ao corpo. Madonna já vendeu mais de 300 milhões de discos no mundo inteiro e é reconhecida como a artista musical feminina mais bem-sucedida de todos os tempos pelo Guinness World Records.
Lady Gaga é o expoente moderno, dos anos 2000, de como moda e música são explorados. Críticas à parte – se imita ou não Madonna-, ao aliar o figurino extravagante assinado normalmente por grandes estilistas às letras provocantes, ambíguas e irônicas, ela perturba os mais convencionais, questiona os padrões e lança moda de um jeito ousado e peculiar.
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Carla Brunni, a atual primeira-dama da França, é o exemplo de que a moda pode produzir boas cantoras. Na década de 1980, foi uma das modelos mais bem pagas do mundo: estima-se que recebia U$ 8 milhões por temporada. Junto com Naomi Campbell, Claudia Schiffer e Kate Moss, fez parte da primeira geração das top models milionárias.
Depois de namorar roqueiros como Mick Jagger e Erick Clapton, trocou as passarelas pela música em 1998, lançou e compôs três CDs. A voz rouca e intimista rendeu ótimos elogios da crítica. A canção Quelqu’un m’a Dit? se tornou conhecida no mundo inteiro. Recentemente, trabalhou com Woody Allen no filme Meia-Noite em Paris.
Depois do sucesso de Carla Bruni, modelos como a inglesa Karen Elson, com um CD lançado no início deste ano, e roqueiras como a americana Cat Power, que divulgou as joias da Chanel, mostram que podem fazer discos e shows tão bons quanto são seus desfiles para grandes marcas.
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Confira a galeria de fotos com modelos que soltam a voz
Donna conversou com três modelos internacionais e perguntou por que a música é importante em um ensaio fotográfico e durante um desfile. Alessandra Ambrósio, Isabelli Fontana e Renata Küerten foram unânimes em reforçar a importância da trilha sonora para a moda: dá ritmo e cadência ao passo na passarela e faz a modelo “entrar no clima” durante um ensaio fotográfico.
Renata Küerten
“A música ajuda a entender e admirar a obra, é um elemento tão fundamental quanto a própria modelo na hora do desfile. Ajuda a lapidar com força a interpretação que a modelo dará a certa criação. ”
Alessandra Ambrósio
” Tenho o meu iPod sempre comigo. A primeira coisa que faço quando chego em um estúdio é colocá-lo para tocar. Isso dá uma animada no set! Adoro desfilar com as músicas que curto ouvir. Colabora muito para que eu entre no clima”.
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Isabelli Fontana
“Quando não tem música rolando em um trabalho, é muito chato. Parece que não vira. Quando tem, o astral é outro. Por isso que a escolha do repertório que toca num desfile ou durante um ensaio deve ser bem pensada”.