O presidente francês, Emmanuel Macron, não quer dar “lições” sobre direitos humanos à China, alegando que o gesto seria “totalmente ineficaz” – declarou na terça-feira (9) em sua visita de Estado a Pequim.
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“Há diferenças entre nós que estão relacionadas com nossa história, com nossas filosofias profundas, com a natureza de nossas sociedades”, defendeu Macron, na terça à noite, em sua declaração conjunta com o presidente chinês, Xi Jinping.
“Posso aproveitar para dar lições à China, falando com a imprensa francesa. Isso já aconteceu muitas vezes. Não dá qualquer resultado”, disse aos jornalistas durante a visita a uma galeria de arte em Pequim.
“É totalmente ineficaz. Acredito na diplomacia do respeito recíproco. Devemos trabalhar em longo prazo”, insistiu.
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A ONG Human Rights Watch (HRW) havia pedido a Macron que reivindicasse “publicamente” do presidente Xi que o país fizesse melhoras nesse âmbito. A organização citava o caso de Liu Xia, a viúva do falecido prêmio Nobel da Paz Liu Xiaobo. Ela se encontra em prisão domiciliar sem ter sido condenada oficialmente.
Apesar de se negar a falar do tema em público, Macron confirmou ter abordado a questão dos direitos humanos durante sua visita.
“Abordei essas preocupações com o presidente Xi Jinping. Sabe que existe – na Europa, em particular – respeito às liberdades e aos direitos universais. E sei que, para ele, é um tema importante”, afirmou Macron, a seu lado.
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“Há conversas, não diante dos jornalistas, não de forma aberta, mas cara a cara, que podem ser úteis e dar resultados. Essas são as que eu prefiro”, declarou o presidente francês.
* AFP