Rejeitando os rótulos de conservador, liberal ou de direita, o candidato à presidência da Argentina Mauricio Macri propôs nesta terça-feira uma “terceira via” para a América Latina, durante entrevista a jornalistas estrangeiros.

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“Nossa ideologia é resolver, fazer, construir coisas concretas em torno das ideias de progresso que temos. A nossa é o desenvolvimentismo moderno do século XXI, defendemos uma terceira via”, disse Macri aos correspondentes.

Macri, 56 anos, que faz oposição à presidente Cristina Kirchner, afirmou que tentará manter “as melhores relações com todos” os governos da região, “apesar de não comungar com as políticas internas” de alguns países.

“Não sou a favor de re-re-reeleições, como na Bolívia, porque a renovação nos permite fortalecer as instituições”, disse sobre os presidentes Nicolás Maduro, da Venezuela, e Evo Morales, da Bolívia, considerados amigos incondicionais de Cristina Kirchner.

Macri, que enfrentará o governista Daniel Scioli no segundo turno, previsto para o dia 22 de novembro, expressou “muita preocupação” com a situação política da Venezuela e reafirmou que recorrerá à cláusula democrática (do Mercosul) se não libertarem os presos políticos.

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“Acredito que o que acontece com Leopoldo López, com o prefeito (Antonio) Ledezma e muitos outros dirigentes políticos menos conhecidos (…) é gravíssimo e nada tem a ver com um governo democrático”.

Macri destacou que deseja reforçar os vínculos da Argentina, principalmente com o Brasil, primeiro parceiro comercial do país, mas também com os vizinhos Uruguai e Chile.

O candidato esclareceu que as diferenças ideológicas não serão um obstáculo com Dilma Roussef, Tabaré Vazquez ou Michelle Bachelet.

Macri afirmou que para Dilma será “mais fácil chegar a um acordo comigo do que com Cristina”.

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“Espero que o Brasil supere sua crise institucional e econômica o mais cedo possível. Quanto melhor for o Brasil, melhor iremos nós”, disse Macri, que se vencer a eleição terá o Brasil como sua primeira escala internacional.

“Não acredito no futuro da Argentina com as receitas do passado. Há um caminho intermediário para se resolver os problemas do povo, dizendo a verdade, respeitando as instituições”.

Macri aparece com oito pontos de vantagem sobre Daniel Scioli, segundo pesquisas divulgadas no domingo passado.

No primeiro turno, o candidato apoiado pela presidente Cristina Kirchner foi o mais votado, com 37,08% dos votos, contra 34,15% para Macri.

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Uma pesquisa da empresa de consultoria Management & Fit publicada pelo jornal Clarín no domingo mostra Macri – prefeito de Buenos Aires – com 51,8% das intenções de voto, contra 43,6% para Scioli, governador da província de Buenos Aires.

Outra pesquisa, da empresa de consultoria Gonzalez y Valladares, também mostra uma grande vantagem de Macri, que aparece com 51,6% das intenções, contra 40,3% de Scioli.

pb/lr