Originária do Paraguai, a carga de 5,3 toneladas de maconha apreendida pelas polícias Civil e Rodoviária Federal nesta terça-feira (30) foi a maior apreensão de drogas em 2019 em Santa Catarina. O flagrante ocorreu na BR-282, em Rancho Queimado, na Grande Florianópolis.

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Deflagrada após seis meses de investigação da Divisão de Repressão a Entorpecentes (DRE), a operação apreendeu maconha produzida no Paraguai e que tinha como destino cidades do litoral catarinense.

Duas pessoas foram presas em flagrante. O motorista da carreta onde estava a droga e um homem que dirigia um carro e atuaria como batedor do caminhoneiro. Em depoimento à Polícia, o motorista da carreta bitrem, com placas do município de Bom Jesus, no Oeste catarinense, revelou ter recebido R$ 5 mil para trazer a maconha de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, até Santa Catarina.

Os detalhes da apreensão – que encheu um canto de uma sala da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) com maconha – foram divulgados pela Polícia Civil e PRF em uma coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira (1º) em São José.

Sem fornecer os próximos passos da investigação, o delegado Cláudio Monteiro, titular da DRE, não quis dizer quem ou quantos criminosos são responsáveis por adquirir o carregamento interceptado. Chegar nesses nomes é o próximo passo do inquérito comandado por Monteiro.

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Há suspeita de que traficantes da região possam ter se associado para comprar a maconha no Paraguai. Um fator que chamou a atenção dos policiais é que os fardos com a droga tinham escudos de três clubes tradicionais de futebol do Paraguai: Cerro Porteño, Guarani e Olímpia. Isso teria relação com os diferentes grupos produtores.

— Esses logos normalmente identificam as tendas no meio do mato onde são produzidas as drogas pelos campesinos, que fazem a prensagem dessa droga. É uma identificação da região onde ela é prensada — explica Monteiro.

De acordo com o delegado Monteiro, a maconha vinda do Paraguai é "nacionalizada" em pontos ao longo das fronteiras entre os dois países, como Ponta Porã, Foz do Iguaçu e Guaíra. Onde, exatamente ela foi nacionalizada, Monteiro preferiu não revelar. Sobre o destino exato da droga, se limitou a dizer que foi apreendida "maconha para todo o litoral".

Droga envolve facção criminosa

Embora não tenham revelado nomes, delegados que participaram da coletiva confirmaram que o carregamento de maconha tem relação com uma (ou mais) facção criminosa. Até pela quantidade, os agentes acreditam que a droga seria dividida entre bandidos.

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O delegado Monteiro afirma que a investigação constatou que a maconha apreendida “é série A”, e o preço dela no varejo varia entre R$ 1.300 e R$ 1.400 o quilo. Assim, o carregamento apreendido pela Polícia Civil e PRF poderia render nas ruas quase R$ 7 milhões.

A droga, que estava escondida no meio de um carregamento de milho em um caminhão, agora será incinerada. O delegado Monteiro disse já ter solicitado autorização judicial para queimar a maconha. Sobre a investigação, ele avisa:

— Teremos novas prisões.