É terra arrasada. Grandes, tradicionais e poderosos partidos políticos são citados por Sérgio Machado na delação premiada que revelou aos investigadores como funcionava o braço político da Lava-Jato. E a triangulação se repete em vários casos: o político pedia o dinheiro ao ex-presidente da Transpetro, ele repassava a demanda a uma empreiteira ligada à estatal e a empresa depositava para o candidato, inclusive sob a forma de doação oficial. Um escândalo que se instala de vez no Palácio do Planalto, com Machado afirmando que Michel Temer pediu recursos para financiar a campanha do peemedebista Gabriel Chalita. É a primeira vez que o presidente interino aparece de maneira tão explícita em uma delação, fazendo companhia para os demais caciques do PMDB. A reação do Congresso a essas revelações, no entanto, é bastante curiosa. Quem circulou pela Câmara e pelo Senado teve dificuldade de encontrar parlamentar tripudiando ou apontando o dedo para o adversário. Isso porque estão todos com o rabo preso. PMDB, PT, DEM, PSDB, PP e PC do B são citados na delação de Machado, abraçados no barco da corrupção.
Continua depois da publicidade
CORPO PRESENTE
Prestes a ter o mandato cassado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou a aliados que vai entrar na Justiça com um pedido de habeas corpus para conseguir entrar da Câmara e participar de sua defesa. Quer ir à Comissão de Constituição e Justiça e estar no plenário no dia da votação. Medida do STF, que o afastou do mandato, impede Cunha de circular livremente pela Casa.
INSACIÁVEIS
Embora os cargos federais no Estado já tenham sido divididos entre os aliados de Temer na bancada gaúcha, nem todos os deputados ficaram satisfeitos. Dentro do PP-RS, ainda há disputa pelo Grupo Hospitalar Conceição. Responsáveis pela distribuição dos cargos no governo começam a perder a paciência.
Continua depois da publicidade
NO VERMELHO
Das 140 UPAs que estão na fila de habilitação do Ministério da Saúde, quatro são do Rio Grande do Sul. Os prefeitos de Viamão, São Leopoldo, Sapiranga e Tramandaí aguardam a liberação dos recursos federais. O entrave é mais do que burocrático. Quem conhece o orçamento da pasta afirma que não há recursos para honrar toda a demanda.