Os macedônios comparecem às urnas neste domingo para decidir se aceitam mudar o nome do país para “Macedônia do Norte”, uma decisão histórica que terminaria com um antigo conflito com a Grécia e aproximaria o Estado da União Europeia.
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Os eleitores do país dos Bálcãs votam em um referendo consultivo e que precisará ser validado pelo Parlamento, mas que desperta muito interesse em Bruxelas, nas sedes da Otan e da Comissão Europeia.
O país balcânico, um dos mais pobres da Europa, quer entrar para estas organizações que muitos consideram uma promessa de estabilidade e prosperidade.
Mas o objetivo de Skopje, capital do país, esbarra no veto da Grécia, que afirma que o nome Macedônia pode apenas designar uma de suas províncias setentrionais, ao redor de Tessalônica.
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Desde que a Macedônia declarou independência da ex-Iugoslávia em 1991, os gregos acreditam que o país tenta usurpar seu patrimônio, especialmente o de Alexandre, o Grande, e que mantém ambições territoriais ocultas.
Os anos de poder da direita nacionalista macedônia (VMRO-DPMNE), que terminaram em 2017, aumentaram a tensão entre Atenas e Skopje. O país construiu diversas estátuas e referências a Alexandre, o Grande e Filipe da Macedônia, o que irritou os gregos.
Em junho passado, no entanto, o novo primeiro-ministro, o social-democrata Zoran Zaev, assinou com o colega grego Alexis Tsipras um acordo para acabar com a disputa: se o país aprovar o nono nome de “República da Macedônia do Norte”, Atenas vai retirar o veto à entrada do vizinho na Otan e na UE.
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O governo insiste nas vantagens do acordo. Nos muros da capital, a campanha a favor da mudança estimula o voto “Sim” para uma “Macedônia europeia” e a tomar “uma decisão histórica”. Alguns movimentos, no entanto, convocaram um boicote nas redes sociais.
As palavras “Macedônia do Norte”, no entanto, não aparecem na pergunta do referendo: “Você é favorável à adesão à UE e Otan ao aceitar o acordo com a Grécia?”.
Muitos eleitores têm dificuldade para aceitar o novo nome, que consideram uma imposição do exterior.
Para reduzir a legitimidade da previsível vitória do “Sim”, os contrários ao acordo não fizeram campanha pelo “Não”, mas por um boicote ao referendo.
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Nenhuma pesquisa foi divulgada, mas analistas acreditam que a abstenção deve superar 50%, consequência da falta de entusiasmo e da ausência de muitos eleitores que moram no exterior, que representariam 25% da população.
* AFP