A dona de casa Verônica Regina Moraes de Oliveira, 33 anos, acordou com um barulho estranho no telhado de casa, na Vila Amazônia, no Bairro Rubem Berta, na manhã da última quarta-feira. Para sua surpresa, eram inesperados visitantes: dois macacos.

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– Achei que fossem bolas, depois que me dei conta. Por aqui, não teve quem não viu – conta Regina, bem-humorada.

Da espécie Sapajus nigritus, conhecido como macaco-prego, os animais tinham cerca de 50cm cada. Segundo o relato dos moradores, um grupo de dez macacos apareceu na vila por volta das 8h, andando sobre telhados, chaminés e árvores. A movimentação dos animais provocou alvoroço entre a vizinhança e principalmente na criançada.

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Verônica Regina Moraes de Oliveira aponta o local onde viu os macacos

Muitos alimentaram os bichos e até compraram cachos de bananas para o bando, que parecia faminto.

O mecânico Ivo Antônio da Mota, 41 anos, disse que a comunidade ficou faceira com a visita inesperada, mas que muitos acabaram assustando os animais.

– Primeiro, vi eles no mercado. Depois, vi uns dez caminhando aqui na frente de casa – conta.

Pelos cálculos de Ivo, a bicharada ficou cerca de duas horas na vila. Iago Gonçalves Meireles, 14 anos, foi um dos que fotografou os animais antes deles fugirem, provavelmente para uma área verde.

Macaco é avistado em cima de telhado na Vila Amazônia

Melhor é deixar quieto

Por enquanto, não é possível definir de onde os macacos vieram. A bióloga da Secretaria de Meio Ambiente (Smam) de Porto Alegre, Soraya Ribeiro, trabalha com a hipótese de que os animais tenham migrado de uma área recém-desmatada. Com isto, estariam invadindo a área urbana em busca de alimentos.

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Na segunda-feira, moradores da Rua Irmãos Maristas, também no Rubem Berta, relataram um caso parecido, mas a Smam, assim como ontem, não conseguiu encontrar os bichos. A bióloga acredita que eles tenham ido para áreas verdes.

Segundo Soraya, há muitos macacos nos altos da Avenida Protásio Alves e nas áreas verdes do Morro Santana e da Avenida Professor Oscar Pereira. Hoje, a Smam deve se reunir com o Ibama e com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente para definir providências.

– Se eles não forem mais avistados, é sinal que voltaram para a mata. Porém, esta região não tem grandes fragmentos de área verde.

Os animais oferecerão risco à comunidade apenas se as pessoas tentarem pegá-los. Neste caso, vão se defender mordendo, mas não atacam.

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– O melhor é deixar o animal quieto. Capturar o animal e manter em cativeiro é crime ambiental. O mais importante é não dar comida a ele. Se alimentados, eles permanecerão na área urbana – aconselha a bióloga.

Como agir

– Não alimente os animais

– Não mate, pois trata-se de um animal silvestre protegido por lei

– Não tentar capturar.

– Motoristas que estiverem circulando pelas redondezas, especialmente pela Avenida Plinio Kroeff, devem ficar atentos pois os macacos podem circular por estas vias que são desconhecida para eles.

– Se avistar os animais, entre em contato imediatamente com a Smam pelo número 3289 7517.

O macaco-prego

– Espécie Sapajus nigritus.

– Se alimentam de folhas, frutas, ovos de animais e insetos.

– Tem cerca de 50 centímetros de altura.

– Não atacam as pessoas, mas mordem se sentirem ameaçados.