Um morador de Garuva encontrou um macaco doente em uma área de mata, na localidade de Barrancos. Com o risco da febre amarela, ele entrou em contato Vigilância Epidemiológica do município, no dia 19 de março, para informar sobre o caso. Na manhã seguinte, técnicos e veterinários do órgão foram até o local, mas o primata já estava já sem vida. Os animais são sentinelas do vírus – eles não transmitem a doença, mas sinalizam a circulação na região.

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Amostras de sangue do macaco, que é da espécie Bugio, foram coletadas e encaminhadas para o Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina (Lacen) e depois para a Fiocruz, do Paraná, laboratório de referência para SC. Nesta quinta-feira (4), o resultado confirmou a morte do animal como febre amarela.

— De manhã o veterinário foi ao local e encontrou o macaco morto. Como fazia menos de 24 horas da morte foi possível coletar material em tempo hábil para o exame. Saiu essa epizootia da morte por febre amarela – explica Kátia Leandro, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Garuva, em entrevista a NSC TV.

Além do primata, um homem de 36 anos teve a morte confirmada pela doença. Profissionais da saúde do Estado continuam em alerta e reforçam a importância da imunização contra o vírus para combater a proliferação.

30% do público-alvo continua sem vacina

Em Garuva, a confirmação do caso só aumentou a preocupação com déficit na imunização. A estimativa da vigilância é que 30% do público-alvo da cidade ainda não tenha tomado a dose. Desde outubro do ano passado, a imunização foi intensificada na cidade com visitas as casas, escolas e empresas.

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— Já fomos de casa em casa, nas comunidades rurais. Tentamos vacinar a maioria da população, mas muito se negaram achando que o vírus não ia chegar até aqui. Agora, fica o alerta para a população cooperar e procurar os postos — ressalta Kátia.

De acordo com a Diretória de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC), o vírus encontrado no Estado é transmitido pela picada dos mosquitos silvestres, Haemagogus e Sabethes. Não existe a transmissão de pessoa a pessoa. Os casos da enfermidade, como a morte do homem em Joinville e do macaco em Garuva, são classificados como silvestres e não há informação do vírus urbano – aquele transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.

Como a população catarinense vive na área urbana, mas está exposta a locais próximos de mata – parques, praças arborizadas, jardins botânicos e áreas de preservação –, o risco de estas pessoas adquirirem a doença por meio da picada dos mosquitos silvestres é alto.

Veja onde se vacinar contra a febre amarela neste fim de semana em Joinville