Mabília equilibra craques e jovens para tornar Inter de Lages aguerrido

Mabília é um homem ponderado. Ao contextualizar o momento do Inter de Lages e o andamento do seu trabalho no comando técnico do Colorado Lageano, apresenta em seu discurso diversos fatores. O treinador que já trabalhou na base do Grêmio (RS) e treinou o Novo Hamburgo (RS) no ano passado sabe do que consiste o projeto do Inter de Lages em 2015: se manter na Série A do Catarinense e tentar uma vaga na Série D do Brasileirão.

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Em uma conversa tranquila, no saguão hotel que agora é a casa de Mabília em Lages, o treinador se revelou comprometido com o trabalho no Inter. Auxiliando as diferentes áreas do clube para “colocar a engrenagem” funcionar. Se preocupa com horários da academia e com a qualidade do gramado dos campos de treinamento. Mabília também busca trabalhar a confiança em nomes carimbados do elenco lageano para permitir que os jovens do time aparecem.

Como quem monta um quebra-cabeça, onde há mais peças que a definição de um time, Marcelo Mabília trabalhar para garantir um time competitivo e que espelhe o espírito aguerrido do torcedor.

Diário Catarinense: Como foi a adaptação em Lages?

Mabília: A gente quando opta por ser treinador a gente sabe disso. A única coisa que eu costumo fazer é escolher dois ou três restaurantes para almoçar com certa privacidade e encontrar uma boa academia para também fazer um exercício e relaxar, ainda de manhã cedo, antes do trabalho.

DC:O clube está preparado para a primeira divisão?

Mabília: O clube ainda não tem uma estrutura física que facilite a logística do dia. Campos de treinamentos, academia. Ainda estamos ajustando essas coisas que também influenciam na hora do treino com bola. É toda uma adaptação de logística que precisamos fazer para que os jogadores cheguem e apenas treinem.

DC: Mas tu sabias que esse era o projeto do Inter? Um trabalho de formação.

Mabília: Foi passado pelo presidente do clube que o Inter de Lages ascendeu antes da hora. Não esperavam que ele subisse tão rápido e o plano era ter essa estrutura física mais avançada quando estivesse na Série A do Catarinense. Mas isso não é nada de anormal. Organizar isso é tão importante quanto ter bons jogadores, porque essa estrutura influencia na desenvolvimento e trabalho dos atletas.

DC: Como te sentes em fazer parte deste projeto?

Mabília: Eu amo o que eu faço, eu me dediquei a vida inteira e amo trabalhar com futebol. A gente sabe também que mesmo que estamos em um projeto de desenvolvimento, a gente precisa de resultado. A nossa responsabilidade é grande nessa competição. Para os demais clubes, Inter de Lages e Guarani da Palhoça são os candidatos a cair novamente para a Segundona. Sabemos que será um competição difícil, mas estamos preparados para superar isso e trabalhar com equilíbrio emocional para também conseguir se manter forte no campeonato.

DC: Como está o grupo de jogadores do Inter?

Mabília: O projeto traçado pela diretoria foi de fazer uma equipe jovem e competitiva, com jogadores que possam ser consumidos pelo mercado e deixando algum recurso financeiro pelo clube. E para que esses jovens cresçam é importante a mescla com jogadores experientes. Ao redor dessa base experiente, temos uma molecada muito boa e veloz. Que irá dar intensidade ao nosso jogo. Os atletas mais experientes chegaram muito bem no aspecto físico, o que até nos surpreendeu positivamente. Mas com certeza vamos chegar em nível adequado para a competição, mas não ainda no nosso melhor.

DC: E o trabalho com esses nomes mais fortes. Como tem sido?

Mabília: Esses jogadores de alto nível são muito fáceis de trabalhar e lidar porque são muito profissionais. Eles sabem disso porque foi esse profissionalismo que os manteve em alto nível durante tanto tempo. Estão acostumados a chegar no horário, a treinar forte, a não dar migué no treino. Eles sabem a responsabilidade que têm.

DC: O Inter parece ter o apoio do torcedor. Isso é importante?

Mabília: É vital para a permanência do clube na primeira divisão esse apoio. Sem dúvida nenhuma é melhor tu trabalhares em um time e jogar com a presença do torcedor, mesmo que com isso venha mais cobrança. A torcida é o espelho do time dentro de campo. A torcida aqui irá querer um time aguerrido e isso que vamos entregar. Queremos fazer da torcida o nosso 12º torcedor.