A possível eliminação na fase de grupos da Libertadores foi tratada com conformismo pelo técnico Joel Santana. “A vida continua”, afirmou o treinador a fim de amenizar mais um vexame. A queda precoce, porém, vai interferir de forma negativa no planejamento feito pela diretoria para 2012.

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A iminente chance de queda já traz reflexos negativos para o Flamengo. As negociações com a Hyundai foram encerradas sem que houvesse um acordo com o clube.

No momento, o departamento de marketing vem mantendo conversas com seis agências de publicidade e projeta fechar com um patrocinador o mais rapidamente possível. A dificuldade para custear a folha salarial do elenco profissional de cerca de R$ 7 milhões, torna o acordo com um novo patrocinador cada vez mais urgente.

O mês de fevereiro só foi quitado com os jogadores na véspera do jogo contra o Emelec, em 4 de abril, com dez dias de atraso. O departamento financeiro admite a dificuldade para o acerto.

– É uma pena que não tenha sido concretizado o negócio com a Hyundai. Esperamos fechar com um novo patrocinador rapidamente, antes de agosto, mas dependemos do mercado. O cenário ideal seria o time disputar as finais (da Libertadores). É evidente que uma eliminação na primeira fase não terá uma boa repercussão e influencia na busca por patrocínio, mas não é um fator fundamental – disse o vice de marketing do Fla, Henrique Brandão.

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Segundo especialistas em marketing, a exposição da marca é o que mais uma empresa leva em consideração na hora de fechar uma parceria com um clube. A não classificação do Fla para as oitavas de final dificulta a venda das propriedades do clube, uma vez que a camisa rubro-negra aparecerá em menos jogos na competição internacional.

Além deste prejuízo, o clube deixará de arrecadar cerca de R$ 720 mil de renda por partida no torneio, mais o valor das transmissões de TV – cerca de R$ 137 mil por jogo.

– Do ponto de vista orçamentário, o impacto é bem pequeno. Porque os valores seriam diluídos ao longo do ano. As cotas de televisão da Libertadores são as piores. Sou a favor de renegociarmos e até mesmo para de disputar se não houvesse acordo. Mas, futuramente, claro que terá impacto negativo na imagem, na venda de propriedades – explicou o presidente do Conselho Fiscal, Leonardo Ribeiro.

Além dos prejuízos, levando-se em conta um investimento grandioso no futebol, o Flamengo perde a chance de melhorar a imagem no exterior, vender camisas em outros países, negociar amistosos, e deixa de ganhar cerca de R$ 18 milhões, caso fosse campeão da Libertadores.

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Patrocínio

A exposição da marca é o aspecto mais importante quando uma empresa resolve investir em um clube. A queda diminuirá a exposição e a dificuldade para negociar um bom patrocínio vai ser maior.

Renda

Com média de renda de R$ 720 mil por partida na Copa Libertadores, o Flamengo deixará de ganhar cerca de R$ 2,8 milhões caso chegue à final da competição internacional. Os números foram baseados nos dois primeiros jogos no Engenhão, contra o Emelec e Olimpia. Poderiam ficar maior à medida que o time passasse de fase.

Verba por fase

A situação não é das melhores no Grupo 2 da Libertadores, mas se conseguir classificação para as oitavas de final, o Flamengo receberá da Conmebol R$ 318 mil. Nas quartas, R$ 407 mil, semifinal, R$ 548 mil, o mesmo valor da final. Em caso de conquista de título, embolsaria R$ 3,53 milhões. Se fosse vice, R$ 1,06 milhão. Verbas importantes para um clube que atravessa dificuldade financeira.

Mundial

O título da Libertadores renderia aos cofres R$ 8,83 milhões para participação do Flamengo no Mundial Interclubes. Além da exposição do clube mundialmente, valorização de jogadores e maior venda de camisas no exterior. A diretoria fez um planejamento para entrar como favorito na competição, com jogadores do nível de Ronaldinho e Vagner Love.

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Amistosos do clube

A participação do Fla no Mundial devolveria prestígio internacional, facilitaria a negociação de amistosos e até mesmo uma pré-temporada no exterior. Aspectos cruciais para garantir a arrecadação esperada este ano.