O grupo suspeito de usar criptoativos para armazenar valores milionários obtidos por meio do tráfico de drogas vivia com luxo, mas optava pela discrição, segundo a Polícia Civil. A quadrilha, que também é suspeita pelo envio da brasileira Manuela Vitória de Araújo Farias com uma mala contendo cocaína para a Indonésia em dezembro de 2022, foi alvo de operação nesta segunda-feira (28) em seis cidades catarinenses.

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Segundo o delegado Cláudio Monteiro, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), como o grupo já tinha sido preso em outra ocasião, eles buscavam por um estilo de vida mais discreto. Mesmo assim, eles costumavam gastar os valores com carros de luxo e festas.

— Em decorrente de já terem sido presos uma outra vez, eles estavam mais discretos. Mas iam em festas, gastavam dinheiro em veículos e outras coisas — explica.

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Já o delegado Daniel Régis, Diretor da Deic, explica que o grupo teria adquirido milhões de reais com o tráfico. O dinheiro, inclusive, era usado para lavagem de dinheiro no litoral do estado. O foco dos alvos foi Imbituba, no Sul, onde uma grande quantia foi apreendida.

Malas modificadas

O delegado Cláudio Monteiro pontua, ainda, que os suspeitos modificavam malas de viagem para facilitar o transporte das drogas e impedir que o tráfico fosse identificado. Durante a operação, a polícia apreendeu uma grande quantidade de malas, o que reforça o uso delas para o envio dos entorpecentes.

— O alvo principal atuava na montagem dessas malas, de maneira artesanal, para a ocultação das drogas, o que dificultava a localização, principalmente em aeroportos — diz.

As remessas, segundo a polícia, eram enviadas para Austrália, Tailândia e Europa. As investigações também apontam que ocorria o tráfico interno.

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Entenda o caso

De acordo com a Polícia Civil, em 2019 a organização foi flagrada com uma quantidade de cocaína, drogas sintéticas e malas de viagem prontas para o transporte de cinco quilos de drogas. Também foi encontrada uma prensa para produção de entorpecentes.

Em 2022, a investigação descobriu que o mesmo grupo seguia atuando no tráfico de drogas e no envio de cocaína em malas de viagem. Além disso, os investigados utilizavam dezenas de carteiras de criptoativos para armazenar e transferir grandes valores provenientes do crime.

Ao todo, foram cumpridos 17 mandados de prisão. Além disso, quatro pessoas foram presas em flagrante por crimes como tráfico e associação ao tráfico, e posse de munições.

Também foram cumpridos 32 mandados de busca e apreensão, onde drogas foram recolhidas, e o bloqueio de empresas, contas bancárias e 16 carteiras de criptomoedas em uma das maiores corretoras do mundo. A polícia localizou, ainda, uma estufa utilizada para plantação de maconha.

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As ações ocorreram em Florianópolis, São José, Biguaçu, Imbituba, Camboriú e Navegantes. Batizada de Operação Wallet, as investigações a respeito do caso continuam.

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