Neste domingo as bandeiras ondeavam a meio mastro nos edifícios públicos do Vietnã, um país comunista onde o governo decretou luto nacional pela morte de Fidel Castro, uma decisão que dividiu a opinião pública.

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Após a morte do revolucionário cubano em 25 de novembro, as autoridades vietnamitas elogiaram “um irmão comunista” e um “companheiro”.

Na Embaixada de Cuba em Hanói não faltaram flores, e neste domingo, nos edifícios oficiais, as bandeiras foram hasteadas a meio mastro.

Mas este dia de luto nacional, antes reservado apenas a políticos ou heróis de guerra vietnamitas, não foi aceito por consenso.

“Ele não é vietnamita. Temos uma dívida pelo apoio que nos deu, mas um dia de luto nacional é demais”, disse à AFP Nguyen Luu Huong, uma jovem de 25 anos.

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Hoang Bau chamou o luto de “ridículo”. “Tenho certeza que não importa para muitos vietnamitas”, disse ele.

Fidel forjou uma imagem de aliado inabalável nos tempos de guerra, quando visitou o campo de batalha de Quang Tri em 1973, poucos dias depois de as tropas comunistas expulsarem os americanos do seu território.

Fidel retornou ao Vietnã duas vezes: em 1995 e em 2003, quando as relações entre Hanói e Washington, o inimigo comum, já tinham melhorado.

Embora os dois países estejam a mais de 15.000 quilômetros de distância, as relações foram mantidas apesar do colapso da União Soviética e do fim da Guerra Fria.

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O presidente vietnamita, Tran Dai Quang, foi o último chefe de Estado a visitar Castro, em 16 de novembro, 10 dias antes de sua morte.

* AFP