Depois de dar explicações à presidente Dilma Rousseff e ao próprio partido, o PDT, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, se apresentou nesta manhã à Comissão de Assuntos Sociais do Senado prestar novas explicações sobre as denúncias de corrupção e tráfico de influência contra ele.
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Lupi admitiu que voou, durante agenda no Maranhão, em 2009, no avião King Air, cujo aluguel foi intermediado pelo presidente da ONG Pró-Cerrado, Adair Meira, que também estava no avião. Na semana passada, em depoimento a deputados, Lupi afirmou que não usou o referido avião e que não conhecia o presidente da ONG, o que levou o PSDB a acusá-lo, perante a Procuradoria-Geral da República (PGR), de crime de responsabilidade.
O ministro afirmou que estava sob forte pressão de deputados da oposição e, portanto, não se lembrou naquele momento que viajara naquela aeronave. Pediu desculpas porque estava “desmemoriado”. Ainda segundo ele, faz parte da correria da vida política entrar em carros, aviões e helicópteros, sem saber quem são os referidos proprietários. Lupi reafirmou que, em sua avaliação, aquela estrutura havia sido providenciada pelo PDT do Maranhão.
O ministro disse, ainda, que não tem clareza do que está sendo acusado, já que Meira declarou que o avião fretado não foi pago por ele.
– Quem tem que explicar o pagamento dessa aeronave não sou eu, eu fui de carona. Compete à companhia aérea falar e ao Ezequiel (Nascimento, ex-secretário da pasta).
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Lupi enfatizou aos senadores que não mentiu em seu depoimento na semana passada na Câmara quando disse que não conhecia Meira.
– Nunca neguei que o conheço, não disse isso – disse Lupi, que afirma ter sido mal interpretado.
Recorrendo às notas taquigráficas do depoimento da semana passada, o ministro disse que foi questionado se tinha “relações” com o empresário. Mas, segundo Lupi, ele não mentiu porque não teria “nenhuma relação pessoal” com Meira, “não sou amigo dele”. E ainda questionou o fato de ter sido sabatinado na opinião pública por conhecê-lo.
– É crime conhecer as pessoas? Manter relações com elas? – perguntou o ministro.