Depois da saída do ex-presidente Lula da prisão, nesta sexta-feira, por conta da decisão do STF que derrubou a detenção após condenação em segunda instância, a manhã começou diferente na Vigília Lula Livre.
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A vigília reunia de 50 a 200 pessoas por dia, com atos de apoio ao ex-presidente e gritos de "bom dia", "boa tarde" e "boa noite" para Lula. Na vizinhança, como no Brasil ainda polarizado dos dias atuais, o grupo despertou reações antagônicas.
Havia quem reclamava do barulho, da causa e da persistência dos militantes. Uma vizinha que prefere não divulgar o nome relata até registros de desavenças que resultaram em uma ação judicial.
Outros vizinhos tiveram convivência mais pacífica e chegaram até a fazer amizade com alguns apoiadores. Carlos, que prefere não informar o sobrenome, é vizinho de uma casa que servia de apoio aos manifestantes.
Ele lembra que no começo o movimento ocupava as ruas, bloqueava acessos e causava transtornos, mas conta que nos últimos meses a mobilização tornou-se mais organizada e a convivência passou a ser tranquila.
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"Bom dia" nem tão cedo
Carlos, que discorda da soltura de Lula e de outros presos, diz que uma conversa com os apoiadores do ex-presidente fez com que os atos de apoio não fossem nas primeiras horas da manhã.
Os horários dos cumprimentos passaram a não ser tão cedo, com uma política de boa vizinhança conseguimos viver em harmonia. Agora a expectativa é de volta à normalidade, porque foi algo que mudou muito a vida do bairro.
Alheia à divisão, uma família chegou a aproveitar o sábado para fazer a mudança para uma casa alugada ao lado da vigília, antes vazia.
Para quem se revezou nesses dias de mobilização, o sentimento de ver Lula deixando a sede da PF pelo portão da frente foi de alívio, caso de Rosane Silva, que faz parte da direção nacional do PT.
A sensação é de quem ganhou uma eleição. De quem ganhou a Copa do Mundo.
O diretor do Movimento Sem-Terra (MST) do Paraná, Roberto Baggio, esteve perto de Lula no pronunciamento que ele fez na vigília ao sair da prisão, e disse ter visto um ex-presidente ainda com vigor para a luta política.
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Temos clareza que a luta segue, mas nós sentimos vitoriosos com o objetivo a que nos propomos.