O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira que o dinheiro que o Brasil usará para reforçar o Fundo Monetário Internacional (FMI) será desembolsado na forma de um empréstimo, o que não afetará o nível das reservas internacionais do país.

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Lula explicou que ainda não foi definido o valor que o Brasil fornecerá para cumprir o compromisso que contraiu durante a Cúpula do Grupo dos Vinte (G20, que reúne as nações mais ricas e principais emergentes), realizada na semana passada em Londres.

Na reunião, os países mais desenvolvidos e os emergentes decidiram reforçar o caixa do FMI em cerca de US$ 1,1 trilhão para enfrentar a crise global.

– Não sabemos ainda (quanto dinheiro o Brasil fornecerá). Vamos entrar com alguma coisa, porque o Brasil tem condições de entrar – assegurou.

– Esse dinheiro será dado como empréstimo e, por isso, não diminuirá nossas reservas. As reservas se mantêm intactas, o que é muito importante para nós – acrescentou o presidente brasileiro.

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O governo considera que as reservas internacionais, calculadas em cerca de US$ 202 bilhões pelo conceito de liquidez internacional, são uma das principais armas do país para fazer frente à crise global.

– Neste momento, quem puder contribuir (com o FMI) tem que contribuir, porque precisamos retomar a atividade econômica no mundo todo – defendeu Lula.

Segundo o presidente, os líderes que participaram da Cúpula do G20 coincidiram em que o maior problema de todo o mundo atualmente é a falta de crédito, e, por isso, decidiram reforçar o FMI.

– As decisões que tomamos foram bem aceitas, especialmente a de fortalecer o FMI, porque colocarão crédito à disposição e facilitarão o fluxo comercial – ressaltou.

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Mais tarde, o chefe de Estado disse que nunca pensou que um dia anunciaria uma ajuda ao Fundo, após ter passado 20 anos carregando cartazes exigindo que o Brasil rompesse com o organismo.

– É com muito prazer que o Brasil vai emprestar dinheiro ao FMI. Temos condições, temos potencial para emprestar, e acho que, neste momento da economia mundial, todos aqueles que podem contribuir têm que contribuir, e não se limitar a buscar diagnósticos e culpados – insistiu.

– Mudou a geografia econômica do mundo, mudou a geografia comercial do mundo e o Brasil hoje está emprestando ao FMI, em vez de pedir dinheiro emprestado – destacou.

Lula afirmou que, na reunião do G20, pela primeira vez países como Brasil, Índia, China e Rússia não foram tratados como coadjuvantes, e sim como protagonistas.

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– O Brasil hoje tem uma presença em igualdade de condições que os outros. Hoje, já não se trata dos Estados Unidos e dos outros, ou do Reino Unido e dos outros. Hoje, todos os que estamos na mesa sabemos que precisamos uns dos outros para resolver a crise – ressaltou.