O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu nesta quarta-feira que o empréstimo concedido pela Caixa Econômica Federal à Petrobras tirou dinheiro de pequenas empresas.
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– Vamos ser francos: acho que a Petrobras é tão poderosa que, obviamente, se ela for à Caixa pegar dinheiro, vai tirar dinheiro de uma pequena empresa, de uma consultoria, de uma pequena empresa de construção civil – afirmou.
A declaração do presidente foi feita durante abertura do 3º Congresso Mundial de Engenheiros no Centro de Convenções de Brasília. Lula disse, porém, que não vê ilegalidade na operação.
– Às vezes, fico ouvindo que a Petrobras tomou dinheiro emprestado na Caixa. Ora, qualquer um de nós vai tomar dinheiro onde tem. O que você não pode é pedir para mim – disse.
A Caixa Econômica Federal concedeu empréstimo de R$ 2 bilhões no dia 31 de outubro à Petrobras. A operação foi questionada pelo senador tucano Tasso Jereissati (CE). No seu discurso, Lula afirmou ainda que é preciso um acordo para se permitir que bancos estrangeiros também possam financiar grandes projetos de infra-estrutura no país. Ele disse que a Petrobras terá R$ 112 bilhões para investir até 2012.
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Obras
Lula relatou hoje que pediu aos governadores que não parem obras nos Estados. O presidente avaliou que a melhor forma de enfrentar a crise financeira é manter os investimentos.
– Nesses próximos dois anos, vamos fazer tudo que for possível. Não vai parar um escritório, uma universidade. Não iremos parar nenhuma obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – disse.
Ele contou que teve conversas recentes com os governadores Aécio Neves (MG) e Paulo Hartung (ES).
– Nenhum Estado vai parar as obras que está fazendo porque, em momento de crise, temos de fazer os investimentos para que as coisas continuem acontecendo no Brasil – disse.
Lula voltou a reclamar dos “pessimistas”.
– No Brasil, tem muita gente que não gosta de acreditar em si mesmo e no país.
Ele avaliou, no congresso que reuniu mais de dois mil engenheiros, que as obras de infra-estrutura do governo contribuem para que a demanda por engenheiros seja maior que a oferta. O presidente observou que nos anos 80 e 90, com a estagnação econômica, os cursos de engenharia não abriram muitas vagas e o número de engenheiros era maior que a demanda.
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– Hoje, a realidade é outra – disse.
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