O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu neste sábado, durante abertura da reunião do G-20 Financeiro, em São Paulo, maior regulação dos mercados financeiros internacionais. Essa deverá ser a grande discussão do cúpula do G-20, marcada para os dias 14 e 15 de novembro em Washington (EUA). Lembrando que a crise surgiu nas economias avançadas, o presidente condenou as especulações e a falta de controle sobre as atividades de agentes financeiros.
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– Todos estamos pagando por essas aventuras – afirmou.
Segundo ele, “caiu a fé dogmática do princípio da não-intervenção do Estado na economia. Muitos dos que defendiam esses princípios agora pedem ajuda aos governos”, disse. Lula pediu para trazer para a esfera pública decisões que antes eram tomadas por “supostos” especialistas em benefícios de interesses privados.
O presidente também defendeu maior participação dos países em desenvolvimento nos mecanismos decisórios das economias mundiais, ressaltando que o G-7 “não tem como controlar tudo sozinho, mas precisa de participação dos emergentes”. Segundo ele, a crise financeira demanda mudanças substantivas na arquitetura financeira internacional. Lula voltou a cobrar dos países ricos medidas para solucionar a escassez de crédito.
– Cabe aos líderes mundiais não nos deixarmos contaminar pelo medo – disse.
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O presidente criticou o protecionismo comercial dos países desenvolvidos, cobrou maior abertura de mercados e defendeu a conclusão da Rodada de Doha. Para Lula, um dos efeitos mais preocupantes da crise ocorre no comércio, já que os países ricos reduzem as importações, o que afeta a produção dos países em desenvolvimento.
Ao contrário de discursos anteriores, quando minimizada os efeitos da crise mundial, Lula destacou o alcance das turbulências.
– A economia mundial atravessa o seu momento mais grave em décadas. É uma crise global e exige soluções globais.
Para o presidente, a desordem ameaça o funcionamento da economia real e se pode medir pelo aumento do desemprego, da pobreza e da exclusão.
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