Em coletiva à imprensa internacional, na manhã desta segunda-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o juiz Sergio Moro é uma pessoa “inteligente e competente”, mas que “foi picado pela mosca azul” (deslumbrada com o poder). O petista disse que não está longe o dia em que irão pedir desculpas a ele, segundo relato de jornalistas que participaram da entrevista.

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Sobre as manifestações contrárias ao governo, o ex-presidente falou que pessoas que “enchem pixuleco” nunca votaram no PT e acusou a mídia de estar levando o Brasil a um clima semelhante ao da Venezuela. Na avaliação de Lula, segundo informações dos jornalistas estrangeiros, os pobres poderão ser os salvadores da pátria.

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Lula disse também, a exemplo da presidente Dilma Rousseff em entrevista coletiva para a imprensa internacional, na semana passada, que impeachment sem base legal é golpe.

— É importante não brincar com a democracia.

Segundo o petista, estão usando “falsos argumentos” para encurtar o mandato de Dilma.

Ao comentar a divulgação dos áudios dos grampos, Lula a classificou de “deprimente, pobre e de má-fé”.

PMDB

O ex-presidente sinalizou que falará com interlocutores do PMDB para tentar contornar o desembarque da legenda do governo Dilma Rousseff, em reunião de sua executiva, marcada para terça-feira.

— Vou para Brasília conversar com muita gente do PMDB — disse o presidente, segundo jornalistas que participaram da entrevista, destacando que pretende conversar também com o vice-presidente da República, Michel Temer.

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Ainda segundo esses jornalistas, o ex-presidente disse conhecer “bem” o PMDB e falou que haveria uma espécie de reedição de 2003, quando o partido integrou sua gestão na Presidência da República. Lula lembrou que o PMDB tem autonomia regional, destacando “A gente nunca teve todo o PMDB”.

Na entrevista, Lula afirmou que vê com “muita tristeza” a chance de o PMDB deixar a atual gestão federal ou se afastar. Contudo, relativizou o impacto disso, dizendo que pode “haver uma espécie de coalizão”, sem a concordância das pessoas da direção, evidenciando a possibilidade de tentar buscar apoio na base da sigla. Sobre sua eventual entrada formal no governo Dilma, Lula disse que não quer “ser intruso”.

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*Estadão Conteúdo