O ex-presidente Lula disse, em entrevista exibida ontem por uma TV portuguesa, que o julgamento do processo do mensalão teve viés mais político do que jurídico. Lula ainda negou a existência do esquema de compra de votos no Congresso durante o seu primeiro governo e disse que esta é uma história que “vai ser recontada”:
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– O mensalão teve praticamente 80% de decisão política e 20% de decisão jurídica. O que acho é que não houve mensalão. Esse processo foi um massacre que visava a destruir o PT, e não conseguiram.
Em seguida, Lula interrompeu a repórter, que começou a perguntar sobre o fato de pessoas da confiança dele terem sido presas:
– Não vou ficar discutindo a decisão da Suprema Corte. Acho é que essa história vai ser recontada. Durante a conversa, o ex-presidente reafirmou que não será candidato neste ano, disse sentir já ter cumprido sua “tarefa” no Brasil e prometeu ir para a “rua fazer campanha para Dilma Rousseff”.
Assista à integra da entrevista
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Em novembro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) decretou a prisão de três integrantes da cúpula petista por participação no esquema de compra de apoio político no Congresso no início do governo Lula, entre 2003 e 2005. Foram presos o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu; ao ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares; e ao ex-presidente nacional do partido, José Genoino.
A entrevista foi dada antes de Lula sofrer uma crise de labirintite e passar a noite de sábado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O ex-presidente recebeu alta neste domingo. Em nota, o hospital informou que os exames foram “dentro da normalidade”. A página do ex-presidente no Facebook informou que Lula foi descansar em sua casa, em São Bernardo do Campo (SP).
Lula esteve em Portugal para participar da comemoração dos 40 anos da Revolução dos Cravos.