Conhecido por uma campanha de sucesso no comando do grupo Sub-20 do Criciúma desde 2013, o técnico Luizinho Vieira criou um misto de expectativa e dúvida ao ser efetivado para treinar a equipe profissional. Mas engana-se quem pensa que será uma estreia para o treinador, que completa 43 anos no dia 4 de fevereiro. Ele traz a bagagem de uma vida inteira no futebol, como jogador, auxiliar técnico e técnico da categoria profissional.
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Com passagens como meia por vários clubes, até de outros países, ele começou a nova profissão em 2009, como auxiliar técnico do Novo Hamburgo. Depois passou por Botafogo-SP e Brasil de Pelotas. Em 2013, ganhou a graça do torcedor criciumense após obter uma boa campanha com o Sub-20.
Com o descenso do Tigre em 2014, o treinador assumiu a equipe profissional como interino na reta final do Brasileiro e, além de demonstrar confiança, mostrou bom rendimento. O desempenho levou à efetivação no cargo. Hoje, contra o Guarani de Palhoça, Luizinho tem a chance de começar a consolidar sua carreira.
DC: Em que acrescentou essa inversão na sua trajetória, que teve início pela categoria profissional e a passagem mais recente pelo comando da base?
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Luizinho: A passagem pelo time Sub-20 do Criciúma serviu para amadurecer, colocar em prática tudo que aprendi nesses anos todos. Tive grandes treinadores para me dar suporte até chegar onde estou agora. Procurei filtrar algumas coisas positivas de cada um, principalmente do Abel Braga e do Muricy Ramalho, que me ajudaram muito na gestão de pessoas, que, além da condução tática, também é muito importante. Algumas coisas deram certo e eu procuro usar hoje.
DC: O que você propôs para os jogadores nessa sua chegada?
Luizinho: Coloquei a ideia neles acreditarem no potencial deles A gente trabalhou muito isso com eles na parte tática, o que todo mundo faz, e acho que isto facilitou para deixá-los mais tranquilos. Acho que o futebol é isso, deixar tranquilo para poder produzir. Funcionou bem e estou otimista para o início do campeonato, temos uma preparação com isso pra os deixar produzir.
DC: Como está a integração desses garotos à equipe profissional?
Luizinho: Tem bastante atletas do Sub-20 no time principal e também três gerações, jogadores com 18, 20, 21 anos, que já passaram pelo clube. Eu gosto de atleta que tem comprometimento. É quando você passa pela base que tem esse sentimento de amor pela camisa. Foi difícil o que a gente fez, montar um time novo faltando três jogos, num campeonato de nível mundial, num jogo contra o Flamengo fora de casa, e duas semanas antes eles disputavam a final da Copa do Brasil. Eu acho que o suporte e carga emocional, em um time com jogadores jovens, demonstrou que o nosso trabalho na base foi bem conduzido.
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DC: Quais são as metas do Criciúma na competição?
Luizinho: A nossa primeira meta é chegar à classificação. O campeonato é rápido, com nove rodadas, depois Hexagonal e Quadrangular. É procurar alcançar o Hexagonal para poder estar na briga entre os melhores e procurar nos impor e chegar ao título. E para saber o que vamos almejar dentro da competição vai depender do decorrer das partidas. Acredito que será um campeonato muito equilibrado.
DC: Como você vai lidar com a pressão da instabilidade no cargo de técnico do Criciúma?
Luizinho: Se coloca muita pressão no futebol e eu estou praticamente com 43 anos e minha vida inteira vivi dentro do futebol. Cobrança e pressão sempre existiram. E é errada, na minha opinião, mas no final da história uma equipe vai fazer certo e as outras nove errado. Mas eu não vejo assim. Penso em ter continuidade, futebol é isso. Chegar ao final da competição e mexer o mínimo possível nas peças. Essa pressão que vem a gente sempre tem que saber lidar. Vejo a oportunidade de me manter no cargo, fazer um bom trabalho, recuperar a imagem do clube. Com tranquilidade, pensando a longo prazo, mas sabendo o que é importante no início de campeonato.