Luiz Alves confirmou nesta sexta-feira (3) o primeiro caso da Febre de Oropouche, a “doença do maruim”, com sintomas semelhantes aos da dengue. Conforme a Secretaria de Saúde da cidade, o Laboratório Central de Saúde Pública, responsável pela análise no Estado, fez o diagnóstico.

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“Desde a confirmação do primeiro caso no Estado, Luiz Alves e as equipes de saúde se mobilizaram para definir protocolos de atendimento e averiguação da doença e agora, com a confirmação no município, novas medidas devem ser tomadas nos próximos dias. Seguimos monitorando a situação e acompanhando os casos”, escreveu em nota a prefeitura.

Há uma semana, o Estado confirmou os primeiros casos da doença em solo catarinense. Botuverá, que fica na mesma região de Luiz Alves, no Vale do Itajaí, registrou três pacientes com o vírus. A situação ocorre em meio a um surto do mosquito vetor em Luiz Alves. A cidade chegou a decretar situação de emergência por conta da infestação neste ano.

O inseto também é conhecido como “mosquito-pólvora”, e mede cerca de 2 milímetros. Apesar do pouco tamanho, a picada é dolorida, causa coceira e hematoma, e pode provocar feridas em pessoas alérgicas. O maruim vive em locais com matéria orgânica em decomposição, e se reproduz em lugares alagados, como mangues, brejos e banhados. Porém, ele também é encontrado em áreas urbanas que possuem matéria orgânica disponível para reprodução, como hortas e jardins.

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A umidade também facilita a proliferação dos insetos, que colocam os ovos em locais úmidos. O calor é outro fator que aumenta a proliferação.

O que é a febre do Oropouche

A doença viral foi identificada pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir de amostra de sangue de um bicho-preguiça recolhida durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no Brasil, especialmente nos estados da região amazônica.

O principal vetor, ou seja, quem transmite, é o maruim. Ele está geralmente associado a regiões com maior umidade e presença de matéria orgânica. Depois de se alimentar do sangue de uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no mosquito por alguns dias. Quando ele pica outra pessoa novamente, pode transmitir o vírus para ela.

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Há registro, porém, de outros mosquitos transmissores nas áreas urbanas, como o Aedes serratus e Culex quinquefasciatus (pernilongo). Entre as características do vírus está o alto potencial de disseminação, com capacidade de causar surtos e epidemias. Tal como na dengue, é a fêmea a responsável por transmitir o Orthobunyavirus através da picada. Não há vacina e tratamento específico disponíveis.

O período de incubação do vírus em humanos pode variar entre três e oito dias após a infecção pela picada. Os sintomas duram de dois dias a uma semana, com evolução sem sequelas, diz o governo federal. O Ministério da Saúde não confirmou nenhuma morte pela doença até o momento.

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