O Bayesian, superiate de luxo que naufragou rapidamente na costa de Sicília, na Itália, na segunda-feira (19), levou especialistas a questionarem as razões para o desastre. Ouvidos pela imprensa local, eles apontaram ao menos três problemas graves que podem ter favorecido o incidente: o fato da área não ter cobertura contínua de radar meteorológico, as forças ascendentes e o posicionamento incorreto da embarcação em um momento de tempestade.
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As condições climáticas podem ter sido a principal causa para o naufrágio, conforme investigações preliminares.
Quem são as seis pessoas desaparecidas após naufrágio de iate de luxo na Itália
— O radar é a melhor ferramenta, mas verificamos e a área do acidente tem cobertura radar descontínua — pontuou Francesco De Martin em entrevista ao jornal italiano Corriere Della Sera.
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O tempo de reação da tripulação teria sido afetado pela falta de informações meteorológicas contínuas. Especialista em eventos climáticos extremos da Universidade de Bolonha, De Martin explica que o radar anteciparia a chegada de uma forte tempestade em 10 ou 15 minutos.
As forças ascendentes e descendentes desorganizadas, ainda de acordo com os especialistas ouvidos pelo jornal italiano, tiveram impacto direto no equilíbrio da embarcação. O mastro do superiate, que tem 75 metros, deve ter sofrido “altíssimas compressões”, o que o fez se ver “dentro de um liquidificador”, ainda conforme especialistas.
— O mastro serve para apoiar as velas e permitir a propulsão, mas com o vento também entra em jogo uma força lateral que faz com que o barco tombe . O bulbo, uma espécie de contrapeso localizado sob o barco, gera um torque de endireitamento capaz de estabilizá-lo — explicou Andrea Ratti, professor da Politécnica de Milão, ao Corriere Della Sera.
Outro fator que teria contribuído para o desastre foi “estar no lugar errado na hora errada”, conforme observou Salvatore Cocina, que é gerente geral da Proteção Civil da Região da Sicília. As condições climáticas enfrentadas pela embarcação eram extremas, mas uma especialista — Rosario Marretta, professora de Dinâmica de Fluidos Computacional da Universidade de Palermo — questionou se o barco não estava no lugar errado, ou seja, perto demais da costa.
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— Devemos perguntar-nos porquê, com um agravamento significativo do boletim meteorológico, o barco estava no meio da noite a uma distância que não era a distância segura da costa — disse ela.
O que é a tromba d’água?
O superiate pode ter sido atingido por uma tromba d’água, apontam investigações preliminares. O fenômeno é formado a partir de uma “forte instabilidade atmosférica” com uma camada de ar frio que se aloca acima de uma camada de ar mais quente e úmido, como ocorre com uma tempestade.
Movimentos verticais fazem com que o vento circule em forma de vórtice, com uma depressão profunda no centro da coluna, além de ventos de até centenas de quilômetros por hora nas bordas.
O fenômeno pode durar alguns minutos, mas também pode afetar uma área com diâmetro de algumas centenas de metros. Mesmo assim, as trombas d’água raramente alcançam a costa onde desaparecem rapidamente.
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Como foi o naufrágio
Quando o iate foi atingido, por volta das 5h, os tripulantes provavelmente dormiam nas cabines. A situação escalou rapidamente, em minutos, quando o mastro do veleiro, de 75 metros de altura, quebrou, e as rajadas de vento fizeram o veleiro tombar para o lado. Antes de afundar, o barco chegou a levantar novamente.
Algumas pessoas que estavam a bordo conseguiram subir ao convés e outras não sabem dizer como conseguiram se salvar. Seis pessoas continuam desaparecidas.
Veja quem está desaparecido
*Sob supervisão de Luana Amorim
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