A médica cardiologista Ludhmila Hajjar negou oficialmente o convite de Bolsonaro para comandar o Ministério da Saúde. A jornalista da Globo Andréia Sadi publicou em seu blog a confirmação da recusa feita em reunião com o presidente no Palácio do Planalto na manhã desta segunda-feira (15).

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No domingo (14), Hajjar teve um encontro com Bolsonaro pela primeira vez no Palácio da Alvorada para tratar sobre o cargo de ministra. O atual chefe da Saúde, Eduardo Pazuello, também estava na reunião.

A jornalista Mônica Bergamo publicou em sua coluna na Folha de S. Paulo a informação de que, no encontro de domingo, o presidente e a médica discordaram sobre a necessidade de isolamento social, da vacinação em massa de brasileiros e do tratamento precoce.

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Hajjar estuda, desde o início da pandemia, a Covid-19 e defende a necessidade de vacinação urgente. A cardiologista também apoia fortemente o isolamento social e participou de estudos que desmentiram a eficácia de alguns medicamentos, como a cloroquina.

Esta é a segunda vez que a médica e professora da USP é cotada para assumir o Ministério da Saúde. Antes da entrada de Nelson Teich, seu nome estava entre as opções de Bolsonaro. Quando parlamentares, inclusive Pazuello, estavam com Covid-19, a médica os atendeu e entrou no radar dos políticos de Brasília.

Após divergências no encontro de domingo, políticos pediram à Hajjar para que ela aceitasse o convite, mas a médica optou por não ser ministra de um governo que defende o uso da cloroquina para tratar a Covid. 

Dessa vez, Arthur Lira, o presidente da Câmara dos Deputados, apoiou o nome de Hajjar e publicou em sua conta do Twitter: “Coloquei os atributos necessários p/ o bom desempenho à frente da pandemia: capacidade técnica e de diálogo político com os inúmeros entes federativos e instâncias técnicas. São exatamente as qualidades que enxergo na doutora Ludhmila”.

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Após o encontro da cardiologista com o Bolsonaro, uma live da médica com Dilma Roussef foi recuperada e postada nas redes sociais. Além disso, Bolsonaro recebeu um áudio em que é chamado de psicopata por uma mulher, que supostamente seria Hajjar.

Outros nomes

Pazuello ainda não saiu do cargo e afirma que não está doente e nem foi convidado a se retirar do comando do Ministério da Saúde. Enquanto isso, os números da Covid-19 estão em seu pior patamar desde março de 2020 e o poder Executivo busca novos nomes para ocupar o cargo. 

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Os dois mais cotados são Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, que defende Bolsonaro, e o deputado Dr. Luizinho (PP-RJ), que é médico ortopedista e é cotado para comandar o MS.

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*Com supervisão de Raquel Vieira

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