Anemarie Dalchau

Economista e professora da Univille

Recentemente, a consultoria Economática divulgou que, em 2015, o lucro das empresas de capital aberto no Brasil caiu 87%, em números bastante significativos: as 297 empresas analisadas tiveram lucro de R$ 14 bilhões em 2015, ante R$ 110 bilhões em 2014. Cabe destacar, no entanto, que três empresas – Petrobras, Vale e Eletrobras – contribuíram e muito para essa queda de desempenho.

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Sem elas, o lucro das demais empresas ficou em R$ 107 bilhões no ano passado. E o setor que realmente ganhou dinheiro, com um crescimento de 28% em 2015 ante 2014, foi o bancário. Ainda assim, no geral, tivemos uma queda de quase 20% no lucro dessas empresas em 2015.

Partindo do pressuposto de lucro normal – o que indica o custo de oportunidade nos negócios – e lucro econômico – o que representa o retorno do investimento feito, ou seja, a renda empresarial -, a economia brasileira representada por essas empresas perdeu tanto seu lucro normal, quanto seu lucro econômico. Nesse sentido, o que proverá de movimento a economia?

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Se o gerador de riqueza para quem investe e empreende é o lucro, não há dúvidas de que a resposta de “para que” e “para quem” o lucro serve beneficia não só as empresas pela geração de riquezas, mas também a arrecadação governamental, o crescimento e o emprego, o que por si só ajuda a alcançar a tão almejada justiça social.

Assim, receitas caindo e despesas subindo, o que vemos são nossas empresas postergando seus planos estratégicos de expansão. Mais que isso, a queda nos lucros advém tanto de uma queda nos negócios globais, ou riscos econômicos quantificáveis, quanto do risco político, este mais difícil de se prever ou quantificar.

E como as empresas tratam o risco político? Os mais arrojados ignoram e continuam investindo ou, ainda, seguem o comportamento de outras grandes empresas. Outras buscam a ajuda de especialistas em política ou consideram o risco político como uma variável inerente aos negócios.

De qualquer forma, o lucro é a recompensa que o empreendedor obtém pelo risco que corre e só acontece se a economia mostrar sinais positivos de crescimento.

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