Sócio de diferentes negócios mesmo antes de ser um rostos mais conhecidos da TV, o apresentador Luciano Huck foi a estrela do primeiro painel do 26º Fórum da Liberdade.
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Em palestra de 20 minutos, Huck ensinou que apesar de o empreendedor ser em regra alguém com várias ideias, é preciso ter foco e disciplina para prosperar no que se faz.
Rememorando passagens de sua trajetória recheada de lances pitorescos, Huck lembrou que foi a Rede Globo quem o ensinou que era necessário concentrar a sua criatividade na televisão.
– Esse foco me deu capacidade de abrir outros ciclos – contou Huck, que além de voltar a apostar em novos negócios também acabou dedicando-se ao terceiro setor.
Esbanjando descontração e arrancando gargalhadas do público presente do Centro de Eventos da PUCRS, em Porto Alegre, Huck ainda disse estar tenso ao participar do painel Há Empreendedorismo sem Lucro?
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– Vamos falar do casamento da Daniela Mercury? – brincou, concluindo que não haveria nenhum problema, já que estava no Fórum da Liberdade. – Fico nervoso neste tipo de evento.
Para responder à pergunta que deu título ao painel, Huck disse entender que o empreendedor no Brasil quer ter resultado, nem que seja o prazer de ver o negócio crescer. E nos últimos anos, lembrou, vem ganhando espaço o chamado setor dois e meio, que busca lucro ao mesmo tempo em que faz ações com impacto sociais positivos.
Fundador da Netshoes, empresa que, com apenas 13 anos, ultrapassou em 2012 a barreira de R$ 1 bilhão de faturamento, Marcio Kumruian avaliou que, apesar de o objetivo de qualquer negócio ser alcançar o lucro, o empreendedor precisa saber quando isso deve ocorrer. Tudo deve estar no planejamento. A empresa nasceu com lojas físicas que ao longo o tempo foram fechadas, até se dedicar a vendas apenas pela internet:
– O lucro é uma questão de tempo e a gente tem de saber quando.
Fundada em 2000 com cinco pessoas e hoje com mais de 2 mil funcionários, a Netshoes se preparou para crescer e, ao mesmo tempo, não deixar que caísse a qualidade do serviço para os clientes.
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– A gente não esperava crescer para tomar atitude. Nos planejávamos primeiro para conseguimos crescer sem perder o comprometimento e o serviços com os clientes – comentou.
Diretor do Briclab da Universidade de Columbia (EUA), Marcos Troyjo alertou que o mundo vive um processo de “desglobalização”, com blocos regionais ruindo, com uma perspectiva de uma “reglobalização”, a partir da formação de novos grupos de países.
– E o Brasil não está no mapa destes movimentos. Está faltando na tela de radar do nosso país uma grande estratégia – apontou.
Para Troyjo, a saída do Brasil para ganhar competitividade e se inserir neste novo contexto está em diminuir a carga tributária, alterar a legislação trabalhista, melhorar o ambiente para se fazer negócios e ampliar investimentos em ciência, tecnologia e inovação.
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Duas vozes por liberdade A liberdade de imprensa predominou nos discursos de dois homenageados. Ao receber o Prêmio Libertas – Empresário de Comunicação, João Roberto Marinho, presidente do conselho editorial e vice-presidente das Organizações Globo, usou humor: – Quando o Gralha (Michel, presidente do IEE) me falou que eu ia receber, pensei: eu é que deveria estar dando o prêmio. Nós, jornalistas, temos de lutar sempre pela liberdade de imprensa, é um dever primordial. Segundo Marinho, pressões contra essa liberdade vêm de “movimentos muito pequenos”, que não devem prevalecer sobre a maioria dos brasileiros. Ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e atual colunista de Zero Hora, Carlos Ayres Britto recebeu o Prêmio Liberdade de Imprensa e destacou: Continua depois da publicidade – É a maior expressão da liberdade. Ayres Britto ponderou que o mau uso da liberdade de imprensa é regulável e reparável, mas sua falta, não.