A atriz Lucélia Santos não cumpre o papel de apenas interpretar uma personagem em ‘Vozes da Floresta’, peça que será exibida no Teatro Ademir Rosa (TAR), no Centro Integrado de Cultura (CIC), nesta quarta-feira (15), às 20h30min. A atriz encarna a si mesma na obra que homenageia o legado do ambientalista Chico Mendes. 

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Em entrevista, , ao NSC Total, a artista, que foi imortalizada na novela ‘Escrava Isaura’, fala sobre sua trajetória artística e sua ligação com o movimento socioambiental.

Você teve uma participação em ‘Malu Mulher’. Como enxerga o papel desta série na busca pelos direitos iguais das mulheres ao longo dos tempos?

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Acho que ‘Malu Mulher’ foi de extrema importância no contexto em que ela foi criada e exibida. E É uma série que já àquela altura (década de 1980) discutia todas as questões feministas e de liberdades individuais das mulheres de forma muito moderna. Hoje essas questões estão muito difundidas pelas mídias, muito debatidas nas redes sociais, o que prova como aquela série foi importante e visionária. ‘Malu Mulher’ falava sobre direitos das mulheres e isso é o que mais se discute hoje.

A peça que você encena hoje tem como fio condutor Chico Mendes. Que lições você acha que ele deixou e o que a sociedade ainda precisa absorver de Chico Mendes? De que forma vocês passam isso na peça?

É uma peça sobre a vida e a morte de Chico Mendes, que foi assassinado em 1988. Nós contamos a história de resistência dos povos acreanos extrativistas amazônidas. Chico Mendes foi, sem dúvida alguma, o maior líder socioambiental do Brasil. A nossa peça é uma forma de refrescar a memória da história de luta de Chico Mendes e de levar informações fundamentais, sobretudo à juventude, aos que não ouviram o seu nome e aos que não conhecem a história de resistência do Brasil desde a ditadura militar.

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Qual foi o momento mais marcante na construção da personagem para a peça ‘Vozes da Floresta’?

 A peça é narrada através da ótica de três mulheres da resistência. Uma seringueira, que foi a criadora do primeiro sindicato de trabalhadores rurais no Acre, a tia do Chico Mendes, matriarca do seringal cachoeira, e eu mesma, que cheguei à luta em maio de 1988. Não há grandes dificuldades porque é uma história vivida por mim mesma, onde sou personagem. 

Você tem alguma ligação com SC? Já esteve aqui outras vezes? Há algum fato ou pessoa que tenha te marcado especificamente?

Eu estive algumas vezes em Santa Catarina e geralmente sempre ligada ao trabalho artístico. Levei meu filme ‘Timor Lorosae’ para um debate com o público universitário. Noutra ocasião, fui para uma filmagem, mas sempre de passagem, como agora: vou passar por aí como um cometa. 

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Os ingressos para ‘Vozes da Floresta – Chico Mendes vive’ podem ser adquiridos através do Clube NSC.

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