Luana Raiter, 32 anos, nasceu em Blumenau e mudou para Florianópolis para cursar Teatro na Udesc. Formada em 2004, ela faz parte do Erro Grupo e fala sobre sua trajetória profissional.

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Como foi que você começou no teatro?

Eu sempre gostei de escrever e gostava muito de pintar também. Na verdade eu ia entrar para Artes Visuais, mas a minha mãe começou a me convencer de que eu deveria me dedicar à dramaturgia. Eu era muito tímida e não tinha nenhuma inclinação para ser atriz, mas o contato com a técnica teatral me trouxe segurança e acabei me experimentando em cena. Além disso, o pessoal foi me incentivando.

Como surgiu a ideia de criar o Erro Grupo?

O Erro foi fundado em 2001, e eu sou uma das fundadoras do grupo. Ele foi criado dentro desse desejo de alunos – tanto de Teatro quanto de Artes Plásticas – terem um espaço para experimentar e errar. Ele tinha o intuito de fazer algo mais experimental dentro da academia. Hoje cinco pessoas são mais firmes e há também as que trabalham como colaboradoras.

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Tem muito preconceito na área?

Sim, principalmente com o tipo de teatro que nós fazemos: o de rua. Tem um preconceito bem grande sobre o que é isso e sobre a forma como você vive. Hoje em dia, vejo muitas pessoas que estão na faculdade de Teatro e buscam a televisão. Estão ali por conta deste grande sonho de fazer TV, que já não é um campo tão criticado. Pode ser que tenha melhorado, mas eu acho que foi mais no aspecto do teatro comercial e não na aceitação de uma linguagem diferente.

A faculdade trouxe algum diferencial para você?

Enquanto atriz, não tive a necessidade da apresentação burocrática do diploma. Eu o usei para tirar meu registro de atriz há muito tempo. Nunca entrei em sala de aula para ser professora, porque estive sempre com o Erro. No entanto, se tivesse feito apenas cursos técnicos, não teria uma visão ampla do que é o teatro, do porquê fazer teatro, das diversas formas de teatro. O ator não pode só atuar. Eu inclusive tenho dificuldade de dizer que minha profissão é atriz, porque gosto de escrever. Eu atuo e, por uma necessidade do mercado, por querer viver disso e fazer os trabalhos acontecerem, me dedico muito à produção também. Então, por ter múltiplas funções, a universidade me deu ferramentas para lidar com todas elas.