Os novos heróis da música popular no Brasil não sofreram censura, nem foram exilados e nem são mestres em poesia e composições. Sabem, no entanto, entregar à massa o que ela quer: entretenimento e música para dançar. Ambos oriundos do interior do Brasil – Thiaguinho nasceu em Presidente Prudente (SP) e Luan Santana é de Campo Grande (MS) -, um representa o pagode e o outro do sertanejo, dois gêneros que, contrariando os apegados à tradicional bossa e MPB, são a preferência nacional. Eles se apresentaram em Florianópolis no domingo (27), no Devassa on Stage, em shows pautados pelo alto astral que empolgaram cerca de 7,5 mil pessoas.

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Os dois inauguraram o Mistura, projeto novo do Devassa que quer reunir na mesma noite músicos de diferentes vertentes musicais. Thiaguinho abriu a noite. Entrou no palco por volta da 1h10 da madrugada, não sem antes receber em seu camarim uma fila de fãs. Simples e bem humorado, abraçou e tirou fotos com pelo menos 40 pessoas.

Recebeu também a repórter do DC e muito atencioso afirmou que a essência do pagode tem a ver com o próprio motivo de ser um gênero tão popular. Confira no vídeo:

No palco em Jurerê estava bem à vontade. Apresentou canções de seu último disco, Hey, Mundo – o quarto da carreira solo – e intercalou outros sucessos do samba e pagode. Visitou outros gêneros, como rap, pop e R&B, influências bem marcantes em seu estilo de fazer música.

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Luan Santana, ursinhos de pelúcia e Luanetes

Luan Santana não é necessariamente o cantor mais bonito do Brasil, mas talvez seja o mais cheiroso. Os excessos de tudo que o cerca poderiam soar brega – no camarim há biombos com fotos suas, tapetes e holofotes -, mas não é. Parece bem natural a vocação do jovem de 24 anos para entreter. Os fãs que o seguem são mais afetados que os de Thiaguinho e de faixa etária bem variada, tanto que em shows normais a classificação etária da casa é a partir de 16 anos, mas para o show de Luan baixou para 10 anos.

Havia muitos pais acompanhando filhos pré-adolescentes. Foi o caso de Ana Júlia Alflen, 12 anos, e Nátaly Hoesker, 13 anos, fãs de Luan há pelo menos cinco.

_ Começamos a gostar do Luan por causa delas _ conta o pai da Nátaly, Fabrício Assis.

Luan chegou tarde ao Camarim, por volta das 2h30, onde uma fila de Luanetes, as fãs gritonas do cantor, esperavam emocionadas, algumas com bandanas na cabeça. Ele recebeu todas, mas rapidamente, o suficiente para dizer “oi, tudo bem contigo?”, posar para foto abraçado e deixar o perfume forte importado na roupa da felizarda.

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Mas foi no palco que Luan se revelou, de fato, um showman. A estrutura montada no intervalo de meia hora entre a apresentação de Thiaguinho trouxe ao público efeitos visuais com telões de LED e luzes suspensas no teto. Ele cantou músicas do seu trabalho mais recente, o álbum Luan Santana Acústico, e acrescentou outros sucessos da carreira. Entre elas Chuva de Arroz, que ganhou inclusive uma versão em EDM – Eletronic Dance Music e em inglês. Em alguns momentos não se sabia se era sertanejo universitário ou um pop eletro house.

O carisma do jovem cantor provoca a imaginação das mulheres e perdi a conta do número de bichinhos de pelúcia jogados para ele, como nos tempos dourados dos galãs da música.

Luan não é brega. Ele é pop e dá ao público o que ele quer.