Com uma área urbana equivalente à de Curitiba e apenas 30% do número de habitantes da capital paranaense, o fato de Joinville ser uma cidade espraiada faz com que a Prefeitura gaste mais para manter a infraestrutura em boas condições aos moradores. Por isso, a nova Lei de Ordenamento Territorial (LOT) está prevendo formas de aumentar a quantidade de pessoas vivendo em uma mesma região, sem prejudicar a qualidade de vida de seus moradores.<BR><BR>Segundo o Ippuj, órgão responsável pelo planejamento urbano de Joinville, é possível manter 200 pessoas vivendo por km² com boas condições de moradia. Hoje, o bairro com maior adensamento populacional é o Comasa, com 76 moradores por km².<BR><BR>Por isso, a LOT criou pelo menos dois termos novos. A cota de adensamento, por exemplo, não permite que terrenos tenham muitas subdivisões.<BR><BR>Com a regra, um terreno de 240 m², que costuma ter 12 m² de frente, só poderá receber duas residências – o que inviabiliza a construção de geminados com até quatro imóveis em um mesmo terreno, como se tem visto em alguns pontos da cidade.<BR><BR>Com essa medida, também foi criada a taxa de permeabilidade, que é uma ferramenta que substitui a taxa de ocupação.<BR><BR>Com a taxa de permeabilidade, o proprietário do imóvel será obrigado a deixar intactos pelo menos 20% do terreno – antes, bastava não construir um imóvel nesta área, o que abria exceção para que o chão fosse, <BR>muitas vezes, concretado.<BR><BR>As mudanças foram feitas com base em um estudo de adensamento do professor de arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Juan Luís Mascaró. Além disso, empreendedores que forem construir novos loteamentos terão que dar mais infraestrutura, tendo, por exemplo, calçadas, número das casas e sinalização das ruas.<BR><BR>Por outro lado, críticos da LOT reclamam que as novas regras acabarão com os geminados de baixo custo, inviabilizando a possibilidade de pessoas de baixa renda comprarem imóveis.<BR><BR>Da mesma forma, as exigências para os loteamentos aumentarão o preço das casas, o que também contribuirá para impedir que mais pessoas possam adquirir seu imóvel próprio. Por fim, há também queixas com relação ao aumento da circulação de veículos nos bairros, gerando mais pontos críticos no trânsito.
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